Fluminense Campeão

Sou rubro negro desde sempre e obviamente não gostaria de ver o sucesso do Fluminense na Libertadores, especialmente por ser um título inédito para os tricolores. Mas como torcer para um time argentino na disputa com um brasileiro, pelo título mais importantes do futebol sul-americano? Foi, portanto, com o coração dividido que assisti o jogo. Quando o Fluminense fez o primeiro gol, um belo gol, diga-se, não vibrei e passei a torcer pelo Boca Juniors. Queria o empate! O empate veio num chute meio que inesperado, de fora da área, e pensei será o “Sobrenatural de Almeida” agindo? Os da minha idade certamente lembram dele: o “Sobrenatural de Almeida” é criação de Nelson Rodrigues, um dos maiores cronistas brasileiros e torcedor fanático do Fluminense, a quem ele, o Nelson, atribuía toda a culpa pelos infortúnios do Flu. O tempo normal terminou empatado, mas na prorrogação o “Sobrenatural de Almeida” abandonou o estádio antes da hora e o Fluminense fez um golaço. Voltei a torcer pelo Boca, pois gostaria de ver a decisão ir para os pênaltis, só para poder diminuir o valor da vitória, afinal, nos pênaltis, há muita influência do estado emocional do batedor e da sorte. Mas não posso negar que no fundo, no fundo, a conquista me agradou, pois como brasileiro e carioca, vencer “los hermanos” traz sempre muita alegria, mesmo que a vitória seja mérito de um time adversário do Flamengo. Aliás, é bom afirmar que a vitória do Fluminense foi merecida, jogou com garra e mostrou categoria, sendo sempre superior ao Boca. Se o Nelson Rodrigues fosse vivo, certamente teríamos hoje uma emocionante crônica para leitura. Meus sinceros parabéns ao Fluminense e seus torcedores!

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 05/11/2023
Código do texto: T7925234
Classificação de conteúdo: seguro