ESCORANDO-SE

Dias atrás, pude observar em Nova Almeida, Serra-ES, onde resido, uma cena que me chamou bastante a atenção: um homem estando totalmente embriagado e, sem condição de dar mais um passo sequer, quase não conseguindo manter-se em pé, resolveu parar e, encostar-se em um muro, para que a sua própria embriaguez não viesse a jogá-lo ao chão, pois se isso acontecesse, ele dificilmente teria condições de levantar-se sozinho. Depois de muito tempo recostado no muro, o homem decidiu sentar-se um pouco em um meio-fio próximo, para depois de muito tempo, conseguir levantar-se trôpego, caminhando rumo ao seu destino.

Como aquele homem que desconhecia e, desconheço, existem milhões de alcoólatras nesse Brasil de Deus, que mesmo sendo dominados pelo vício do álcool, jamais admitem a miserável codição comum que possuem: escravos do vício.

Quando só o marido é alcoólatra e, casado, sofre a espôsa e os filhos (quando os têm). Quando o casal é alcoólatra, sofre os filhos (quando existentes). Quando toda a família é alcoólatra, sofrem todos e, às vêzes de forma imperceptível aos olhos cegos pelo vício, pois o álcool e as drogas em geral, cegam o entendimento.

Todo alcoólatra geralmente é um individado, assumindo dívidas para bancar o seu vício. Os que trabalham, despendem o salário no vício e quase não sobra para mais nada, estando sempre em dificuldades financeiras.

Geralmente as relações amorosas de um alcoólatra vão para o vinagre, pois ninguém em sã consciência, a não ser que também compartilhe do vício, irá amar o hálito de um embriagado pelo álcool e, beijar-lhe a boca com paixão extremada.

O dinheiro gasto com o vício do álcool, é o dinheiro que falta para que a família se alimente melhor; para que os filhos se vistam melhor; para que a vida em família seja mais feliz. Quantos chefes de família viram a própria família desfazer-se por permitir que o alcoolismo o abraçasse, perdendo as forças para livrar-se do abraço mortal.

O pior alcoólatra é aquele que diz BEBER SOCIALMENTE, porque aos poucos vai perdendo perante a própria sociedade, a moral e, conseqüentemente, o moral, sem conseguir enxergar a própria escravidão. Muitas vezes essa escravidão é descoberta tarde demais, levando a óbito mais um cego para a própria realidade.

O mais triste porém, é saber que muitos se encontram na condição daquele homem recostado no muro. Dominados pelo vício do álcool, estão recostados no muro da própria indiferença com relação á própria existência e, com toda certeza, fazendo sofrer, muitas vezes em silêncio, as pessoas que os ama e os cerca. São pessoas que caminham trôpegas pela estrada da vida, sem força de vontade suficiente para dizer não àquilo que está destruindo a própria saúde e bolso.

O que tais pessoas precisam, é conhecer a Jesus Cristo, O Filho do Deus Criador, para se tornarem totalmente livres, ou permanecerem escravas do próprio vício, até que o mesmo venha a destruí-las por completo, tanto física, como espiritualmente, como faz com todo viciado, mais dias, menos dias.

O alcoólatra mesmo que não tenha um centavo no bolso, sempre encontrará alguém para pagar-lhe uma bebida, que o leve cada vez mais para o fundo do poço da existência. Ele sempre estará escorando-se em alguém, e, cego para a própria miséria e humilhação, pedindo muitas vezes, um simples pedaço de pão.

Antonio Alves
Enviado por Antonio Alves em 27/12/2007
Reeditado em 27/12/2007
Código do texto: T793472
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