(DESSAS)SOSSEGO

Francisco de Paula Melo Aguiar

Desassossego é mexer com Deus ou com o Diabo com vara curta.

Isso mesmo, porque Deus deixa a natureza agir, enquanto o Diabo age e faz a justiça com às próprias mãos.

Em lendo o livro do Desassossego, de Bernardo Soares, um dos heterônimos do escritor português Fernado Pessoa (Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares), copiei o pensamento de que "... Só aos mortos sabemos ensinar as verdadeiras regras de viver."

Daí deduzi que o mundo está cheio de engenheiros de obras prontas em todas às áreas do saber humano acadêmico ou não.

A guerra interna de cada ser dito humano é tão veloz em querer desmerecer o outro, que não se pensa duas vezes racionalmente falando para abrir e fechar a boca antes de falar o que não sabe o que está dizendo em sendo cego fisicamente ou não, portanto, incapaz de fazer uma leitura da foto que o tempo registrou antes de apagar a realidade do antes na passagem do durante a caminho do que será melhor ou pior depois.

Assim sendo, diante da concorrência do ar e da brisa em disputa, só aos mortos a lei deve ser cumprida, no caso da imputação de crime de injúria, difamação e calúnia, crimes capitulados no Código Penal Brasileiro nos artigos 139 e 140, salvo melhor juízo, que são aplicados no caso concreto ou processual, segundo a visão do julgador, sic, é confusão de cachorro grande ou pequeno os chamados crimes contra a honra.

Agora, os vivos com suas vontades de esculhambar, detratar, desfazer e dizer alho e bugalho contra os vivos adversários ou inimigos, porque são diferentes e pensam o que querem, lógico não tem essa de democracia fofoqueira de plantão de dizer termos impublicaveis nos sites, nas emissoras de rádio e televisão, enquanto empresas de comunicação, etc, e ficar ilesos porque se vive no regime é democrático no país.

Olha bem, abre os ouvidos, pensa no que vai falar antes, porque democracia é poder de escolher o que quer para a sociedade, portanto, nada haver com a vida alheia viva de carne e osso, quem sai dos trilhos da legislação, tem que responder com suas consequências, não está ensinando os vivos a ser como os mortos que já não pensam, não ouvem e nada decidem além túmulo, salvo a proteção a memória dos mortos na forma da lei.

Tem que ser assim mesmo, porque é perigoso esperar que "só a experiência própria é capaz de tornar sábio o ser humano", no dizer de Sigmund Freud, o pai da Psicanálise.

A democracia sem regras claras no abrir e fechar a boca não é democracia é anarquia que favorece a quem princípios educacionais e sociais não tem.

Tá o STF - Supremo Tribunal Federal está correto em ter decidido que todos indistintamente serão responsáveis por seus atos: empresas de comunicação e seus entrevistadores e entrevistados no dizer "malicioso" contra o outro para tirar proveito de qualquer espécie, tudo tem limite, inclusive a democracia pessoal ou a coletiva, a vida alheia só pertence ao seu próprio dono e a mais ninguém.