MAIS DE TRÊS ANOS SEM O ILUSTRE MAGISTRADO CARLOS RONALD SCHMIDT

Caro RONALD, quero, em primeiro lugar, pedir-te vênia e permissão para tratar-te, aqui, nesta crônica, na segunda pessoa do singular, por ser o tratamento da amizade, da intimidade, ou, até, do coração, em face de tudo o que sempre fomos em relação ao outro.

Quero registrar, na oportunidade, que, infelizmente, Biguaçu, Santa Catarina e o Brasil e o planeta terra, há mais de três anos, não têm, em seu seio, a presença do insigne e saudoso CARLOS RONALD SCHMIDT – que, lamentavelmente, faleceu, de câncer, em 25 de outubro de 2020 – e, por isso mesmo - todos, indiscutivelmente, ficaram mais pobres, culturalmente, visto que era um homem bastante culto e, sobretudo, um reconhecido POETA brasileiro.

Era ele – CARLOS RONALD – pelo que era conhecido, um ser avesso a badalações, bajulações e a puxa-saquismo, pois que, a exemplo deste Subscritor, era um verdadeiro homem em extinção ou das sombras, que não gostava de aparecer ou ser notado, por força de sua índole modesta, mas era atencioso com todos e educado e honesto e não se julgava, por ser magistrado, um deus – ou o homem mais importante de Biguaçu – como o pensava um descontrolado beócio que por este município passou.

Era ele, em verdade, um homem de poucos amigos e – por isso – era pouco compreendido por algumas pessoas, que o julgavam o que não era, porque não o entendiam, e não o podiam avaliar, condizentemente.

Quero dizer-te, caro RONALD, que de ti só guardo e guardarei, para sempre, enquanto vivo eu for, boas recordações – e não esqueço dos bons tempos em que eras magistrado da ativa – na comarca de Biguaçu, e que, por muitas vezes, na tua casa eu estive e contigo bebi inúmeras doses de whisky, com trato cavalheiresco de tua parte à minha pessoa.

CARLOS RONALD SCHMIDT, segundo se sabe, era um homem tão modesto, que se esquivava das sessões de autógrafos e tinha tanta dificuldade com as dedicatórias, que mandou fazer um carimbo alusivo aos lançamentos de suas obras, com o qual só precisava preencher o nome de quem comprou o seu livro.

É preciso seja ressaltado, aqui, ainda, que C. RONALD – como gostava de ser chamado – na qualidade de notável POETA que o foi, conquistou o Prêmio Nacional de Poesia da Fundação Cultural de Brasília com AS ORIGENS, em 2011, e foi agraciado pelo conjunto da obra com o Prêmio Othon Gama d’ Eça, da Academia Catarinense de Letras.

Como conclusão da presente crônica, quero que saibas, C. RONALD, que eu andava irrequieto e me considerava em dívida contigo, por nada haver escrito sobre ti post mortem, mas, agora, não te devo mais nada, porém, por mim, serás sempre lembrado, até porque pessoas com os teus atributos e qualidades – ainda mais um POETA – verdadeiramente, nunca perecem nem morrem, por serem eternas.

Do amigo TROGILDO JOSÉ PEREIRA.

Biguaçu, 07 de dezembro de 2023.

NOTA: A presente crônica pode ser lida e encontrada, também, no RECANTO DAS LETRAS, acessando o SITE: Recanto das Letras, onde este Subscritor tem vários títulos publicados, inclusive, em espanhol – e todos foram e têm sido lidos por centenas de pessoas, com muitas considerações elogiosas ao Autor desta.