ALGAZARRA DE NATAL

O sistema de coleta de lixo em nosso bairro é eficiente.

Nas segundas, quartas e sextas-feiras coletam lixo orgânico e nas quintas-feiras o lixo reciclável.

No período de janeiro a novembro o serviço é feito sem alarde e de tão silencioso que é, muitas vezes perdemos a passagem do caminhão que varia entre sete e oito horas da manhã, porque para evitar que os cães vadios rasguem os sacos e espalhem o lixo, deixamos para colocar – lá fora – quando os coletores estiverem passando.

Mas quando chega dezembro, a algazarra se instala com força total.

Não satisfeito com os gritos dos coletores, o motorista aciona a buzina, alta, estridente, incômoda, pouco se lixando se tem alguém dormindo ou doente.

Os cães dos vizinhos, alertados pelo barulho inusitado, ladram reafirmando a sua dominância nos espaços onde estão contidos, aumentando sobremaneira a confusão de sons.

Não considero que nós contribuintes estejamos obrigados a gratificar por quaisquer serviços executados, porque assim como a iluminação e a manutenção das vias, o serviço de coleta de lixo doméstico é cobrado pela prefeitura e os empregados das concessionárias são pagos para cumprir a parte que lhes cabe no contrato.

Se os executores dos serviços são bem ou mal remunerados, não cabe a nós reivindicar correções.

A gorjeta ou qualquer outra demonstração de apreço, deve ser sempre espontânea, jamais uma imposição.

Se formos obrigados a gratificar por todo e qualquer serviço que utilizamos durante o ano, acabaremos esmolando pelas ruas...