LULA PRECISA ACERTAR O PRUMO E O RUMO
O presidente Lula não pode entrar no segundo ano de governo priorizando a disputa retórica com o Jair Messias e o bolsonarismo.
A disputa política democrática é uma coisa e o enfrentamento ao fascismo tem que ser diferente, incisivo e eficaz.
Tem sido um grave erro seguir permitindo, travando supostos combates retóricos, que a extrema-direita paute a Agenda Nacional.
Governos são eleitos para governarem.
Quem tem que travar o combate político é a sociedade civil organizada, direta ou indiretamente, por meio dos partidos políticos, sindicatos, e organizações que representam o Povo.
Jair Messias está agora na Argentina, fazendo política, dando entrevistas às mídias, falando mal do governo Lula, e pior, espalhando Fake News e xingamentos contra o chefe de Estado e de Governo do Brasil.
Messias está em Buenos Aires, junto com sua camarilha bolsonarista, familícia, parlamentares eleitos, pela extrema-direita, se apresentando, como "representante de Estado e do Povo Brasileiro", com tudo pago, pelo erário da União, bancado pelos impostos pagos pela população.
A elite tudo assiste e nada faz.
O fato é que para a burguesia é muito boa essa polarização, que mantenha os trabalhadores e a classe média, o mais divididos possível, pois povo dividido é mais fácil de ser conduzido, feito gado, feito coxinha, feito garrafa ou mortadela.
O Povo brasileiro está sem quem efetivamente o lidere para as ações e lutas.
Judiciário e Ministério Público seguem tergiversando, na criminalização e prisão do chefe da facção bolsonarista, e enquanto o capitão seguir solto vai se manter firme aos interesses, dos generais e conservadores, que o manipulam e financiam.
O ano de 2024 nos será um divisor de águas, e muito estratégico, se quisermos que o Projeto Democrático-Progressista siga avante.
Se não vencermos as eleições municipais, unidos numa Frente Popular e Democrática Brasileira, na maioria dos 5.570 municípios, sobretudo, nas capitais e regiões metropolitanas e rurais estratégicas, chegaremos em 2026, com um governo Lula III esvaziado e se esvaindo de concessões à direita, no que será o nosso fracasso e possível retorno da direita ao governo da União e dos Estados Federados.
Lula precisa iniciar 2024 mudando o prumo e o rumo do seu governo III, e isso nada tem haver com sua experiência pretérita, exitosa em outros cenários, conjunturas e época, mas com mudança ministerial, fortalecimento da 'inteligência', do seu Núcleo Duro, mais delegação de competências, às equipes estratégicas e, sobretudo, auscultar as lideranças, dos partidos da sustentação do seu governo, e as organizações e sindicatos de classes, centrais sindicais, enfim, suas bases políticas.
Vejo (observo) um Lula III muito 'Senhor de Si e do Mundo', o que é bom e mau, com a vaidade potencializada, acreditando que dá determinações, diretrizes e orientações, a todos e ao mundo, o que de longe não é bem assim.
Lula sabe muito bem, que quanto mais alto é o cume mais difícil é a subida e fácil uma queda, que pode ser fatal.
Lula III precisa afastar de si, ou conter, o puxa-saquismo, que ronda Chefes de Estados e de Governos, ao mesmo tempo que necessita estar, permanentemente, bem informado, sobre as conjunturas e as realidades que o rondam, aqui no Brasil, para manter sua boa governança e governabilidade política, e os diversos cenários, que pairam sobre os vários governos, dos países e nações do planeta Terra.
Puxa-sacos e bajuladores não são bons portadores de reais informações e comunicações.
A esquerda, os petistas e os progressistas precisam parar de se agregar ao 'Efeito Chacrinha' ("O cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais". - Abelardo Barbosa) e mobilizarem as verdades e as realidades (no plural, mesmo), pois todos erram, o Lula não está isento, de equívocos e erros, embora acerte muito mais do que erra, e cabe aos coletivos aliados e assessores atentos orientarem à concertação do rumo programático escolhido e eleito, pelo povo brasileiro, nas urnas da democracia.
Toda vez que se escreve e se compartilha fatos, que demonstram equívocos e/ou erros do Lula, incrivelmente, aparecem logo os/as bajuladores/as de plantão, que equivocadamente seguem acreditando que ajudam no processo.
Digo, não ajudam!
Lula não precisa disso, e isso em nada ajuda o Lula, o seu governo III, nossos partidos, nossas organizações.
Só faz nos dividir, desestimular as lutas, acomodar as militâncias, e por fim, favorecer o retorno dos reais adversários e inimigos do povo.
Mirem-se na Argentina, aqui ao lado, no que levou ao fracasso, do Justicialismo (peronismo) e do Projeto Popular-Progressista, e os porquês, da aparente ausência de lideranças esquerdistas, progressistas e populares, à esquerda e à centro-esquerda, no país vizinho, na nossa América Latina.