PERTO DO FIM

Não sou uma pessoa religiosa, mas acredito em Deus com todo meu coração e, sobretudo, em Jesus, por meio de Quem tenho recebido, em minhas aflições, numerosos socorros e soluções. Isso, entretanto, não me faz acreditar piamente em certas coisas, até porque foi Deus quem me deu capacidade para pensar e analisar. Uma dessas coisas é a história dos Seus dois primeiros filhos.

Já acho meio ilógica a história de onde veio Eva... Ela nasceu do tamanho de uma costela de Adão? Menos de um palmo? Pequeninha assim? Não quero blasfemar, ser desrespeitosa e muito menos excomungada, mas, ao ouvir ou ler que Deus teria colocado uma árvore com frutos proibidos e lhes dito que eles não poderiam comê-los, tenho a sensação de que querem que eu pense que Ele estaria fazendo uma experiência para ver se o barro que usara era de boa qualidade. Querem que eu pense que Deus “não entendia de barro”? Uma vez descoberto que a argila escolhida era uma de má qualidade, não seria o caso de mudar o material? Você acha mesmo que Deus iria punir Suas obras que, aliás, nem foram responsáveis pela escolha do material com que foram feitas?

Outra coisa difícil de eu engolir é a história de que Deus escolheu UM povo para Ele! Escrever e pregar isso não é reduzir Deus, não é dizer que Ele tem defeitos comuns aos seres humanos? Quantos de nós teria coragem e dizer que ama um filho mais que outro ou aceitaria que nossos pais nos discriminassem? Imagine se Deus faria isso!! Claro que não!!

A teoria Darwiniana, pregada pelos evolucionistas, também não me satisfaz, porque se surgimos de uma “sopa primordial”, a partir de agrupamentos ocasionais de células, de bactérias e se evoluímos até alcançarmos o estágio de primatas, por que será que nossos “parentes” símios não chegaram à condição de humanoides?

Acho que parte do pessoal que escreveu os livros da Bíblia o fez a partir de relatos orais, e sabemos que a oralidade altera as narrativas com o passar dos tempos. Criatividade também pode ter sido importante... Como ela não costuma me faltar, nesta crônica eu vou criar uma versão para explicar o início das desavenças entre o Bem e o mal. Ei-la:

“Deus estava achando muito monótona a sua vida: muito silêncio no céu, sons baixinhos de harpas, anjos andando pachorrentamente ou deitados sobre as nuvens, sonolentos... Então, ele decidiu movimentar o espaço. Apontou o dedo para a Via Láctea, exatamente para o sistema onde há uma estrela de 5ª grandeza rodeada por 08 planetas (Plutão, hoje em dia, é considerado “planeta anão”) e depois chamou um representante de cada uma das três primeiras tríades: um Serafim, um Querubim e um Tronos,

No meio deles havia um anjo que parecia bonito, mas por dentro era metidão, nojento e traiçoeiro. O sacana era falso e morria de vontade de puxar o tapete de Deus. Nesse dia, Nosso Senhor o chamou e disse:

- “Está vendo aqueles planetas ali? Como você gosta de calor, vou te dar o primeiro em ordem de afastamento da estrela (sol). Chama-se Mercúrio, é pequeno, mas você vai gostar. O segundo chama-se Vênus e vai ficar para mim. Daqui até o dia que eu decidir, cada um de nós terá a tarefa de povoar de almas os seus planetas, combinado? As almas que conseguirmos serão nossas”.

Antes que Deus anunciasse o que daria aos representantes dos Querubins e dos Tronos, o “Cheiroso a Enxofre” começou a reclamar com Deus dizendo que ele fora “lesado na escolha dos planetas”. Para não ficar ouvindo asneiras de um ser tão inferior, Deus resolveu que o terceiro planeta, Terra, seria habitado, igualmente, tanto por Seus seres, quanto pelos do “Bicho Ruim”. Apenas ao morrer, as almas iriam para Mercúrio ou para Vênus, dependendo do nível de adesão aos princípios inspirados por seus “tutores” (Deus ou Lúcifer) e dos seus atos aqui na Terra.

Imediatamente, o “Sanguinolento” começou a vir à Terra e paquerar umas sujeitinhas sapecas, que adoravam sexo, dinheiro e poder. Como tudo isso são coisas fáceis para serem dadas pelo Mal aos seus adeptos; ele conquistou as primeiras vadias, dormiu com elas e começou a encher a Terra com os seus filhos. Esses, na sequência, têm aumentado suas proles em progressão geométrica e têm vivido apenas para infelicitar os filhos de Deus.

Durante aproximadamente mil anos, exatamente entre 476 e 1453, eles se superaram, inventando técnicas e instrumentos de tortura, cujos nomes nos permitem deduzir os tamanhos das maldades a que submetiam quem eles considerassem ladrões, assassinos, adúlteros, bruxos ou homossexuais: Empalamento, Berço de Judas, Caixão da tortura, Balcão da tortura, Roda da tortura, Tortura do garrote, Estripador de seios, Pera da angústia, Esmaga cabeças e Serra para cortar pessoas ao meio. Isso tudo sem falar no sofrimento que deve ter sido ser queimado, vivo, nas Fogueiras da Inquisição. Não é à toa que esse período é historicamente conhecido como Idade das Trevas.

No século XVI, o Capiroto colocou nas cabeças de alguns africanos que eles poderiam se dar muito bem, vendendo os seus “inimigos” para homens ricos que viviam nas Américas, e precisavam de escravos para os servirem nas lavouras e nas suas casas. Creio que os compradores achavam que os comprados não eram nem gente e nem filhos de Deus, pois os amarravam, os colocavam em porões de navios negreiros (em número de até 300) e os transportavam da África para diversos portos da América por até 60 dias.

Uma vez aportados, os negros eram revendidos para senhores e, a partir de então, obrigados a servirem seus donos em toda sorte de serviços pesados, além daqueles inerentes à casa (e, às vezes, à cama), sob pena de serem açoitados em vias públicas ou não. Enquanto os patrões e suas famílias eram servidos na Casa-Grande, os escravizados costumavam viver nas Senzalas. Em 1888, principalmente por pressões de grupos abolicionistas, no Brasil, a Princesa Izabel pôs fim a um sofrimento que durou cerca de 300 anos: aboliu a escravatura. Com esse advento, os sofrimentos dos negros apenas se transformaram, já que sem dinheiro e sem senzalas, sobreviver passou a ser tão difícil para eles, quanto para alguns de seus descendentes até hoje.

Como se não bastassem todas as atrocidades acontecidas durante a Idade Média e as outras cometidas entre 1553 e 1888, período mais perverso da escravatura no Brasil; entre 1939 e 1945, um descendente de Belzebu convenceu o seu povo de que eles eram de uma raça pura, muito superior às demais: eram arianos. Então, esse sujeito engendrou uma guerra mundial, que culminou com a morte de 6 milhões de filhos de Deus.

Analisando e contabilizando toda a desgraceira acontecida com a humanidade no passado, e considerando a minha versão; creio que Deus continua em vantagem, pois foram muitos os que morreram e creio que todos eles eram Seus filhos. Os de Satanás morrem menos, pois gostam de ficar na Terra, infernizando as vidas dos outros.

Temos dois exemplos disso, em pleno século XXI:

a) um descendente do Demo, presidente de um País euroasiático, resolveu enviar tropas, tanques e drones para invadir um país vizinho, matar vários inocentes dentro da terra em que nasceram, e ainda vive ameaçando detonar bombas atômicas e acabar com a competição entre o Bem e o Mal, no planeta Terra; e

b) um grupo de terroristas, residente em uma faixa estreita de Gaza, resolveu matar e sequestrar milhares de descendentes dos que não foram incinerados nos campos de concentração de Auschwitz, Dachau, Buchenwald, Treblinka... Em consequência, as autoridades ofendidas têm lançado bombas diuturnamente, sobre a Terra onde se escondem os ofensores, “mandando para Vênus” milhares de inocentes (crianças em sua maioria).

Aqui na América do Sul, no Brasil, alguns netos, bisnetos, tetranetos, pentanetos, hexanetos, heptanetos, octonetos, nonanetos,,,“zetanetos” do Coisa Ruim já chegaram a ocupar cargos executivos, sendo apoiados por seus iguais no Legislativo e no Judiciário, já desgraçaram bastante as vidas dos filhos de Deus e continuam atentando quem não quer ir para Mercúrio.

Esses desgraçados são tão unidos e egoístas, que não se importam em destruir florestas para plantar ou criar gado e emitir bastante CO², em secar nascentes, em emporcalhar os rios, em causar aquecimento global, em destruir povos originários.... Eles se acham certos e julgam que quem assim não pensa é otário e devem ser extintos.

Desde o início da “brincadeira”, eu não sei quantos deles já foram para Mercúrio e isso não importa. Sei apenas que não sou descendente do Tinhoso, que nunca quis estar entre os filhos dele e que sinto que a competição está perto do fim.

NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 12/12/2023
Código do texto: T7952616
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