Escrever é vício

PARA algumas pessoas escrever é uma forma de terapia, prazer, vocação, destino… Concordo. Não importa o gênero e nem a qualidade do texto, mas a satisfação que sente no ato da escrita.

Para mim que na juventude nunca pensei em escrever, entrei nessa empreitada por acaso, hoje não escrevo como terapia ou prazer, mas por vício. Sim, por vício. Detalhe: sei que o que escrevo não tem nenhum valor literário. Tenho convicção disso porque, modéstia à parte, sou um bom leitor. Li muito, hoje leio menos devido aos achaques da idade. Então sei que meus escritos são apenas opiniões, desabafos, protestos e anotações de alguém que sente necessidade de manifestar seus sentimentos e pontos de vista. Só isso, na vida precisamos ser realistas e não nos iludir no que tange às nossas limitações. Por isso escrevo com prazer mas sem pretensão é ilusão. Procuro ser apenas mais um na multidão que deseja se manifestar. Escrevi neste Recanto há bastante tempo. Em alguns momentos fui até prolixo, cheguei, pasmem, a escrever até folhetins (um deles foi Dorita), depois a ficha caiu quando entendi que as pessoas não leem textos de mais de trinta linhas. Mais adiante, para reduzir a frustração de não ter vocação para a poesia comecei a fazer letras de sambinhas de boteco. Sei que não têm nenhum valor, mas são uma compensação.

No mais lembro uma frase de Galeano:

“Escrever é a única coisa que consigo mais ou menos. Então nao posso viver sem escrever. Porque além do mais eu gosto. Para mim não é um suplício escrever. Escrever é uma festa”.

Para mim é um vício. William Porto. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 20/12/2023
Código do texto: T7957996
Classificação de conteúdo: seguro