As partituras de um musical de despedida
Na estação o apito ecoou na profundeza da alma, a locomotiva ia sumindo na curva bem no início do morro quando já não tinha mais lágrimas pra derramar. Da janela os acenos de uns lenços branco um deles podia ser o seu, assim foi a cruel despedida o fim de um grande amor pantaneiro. Pode ser que esteja na capital morena, nas travessias das estradas que corta o pantanal ou quem sabe ouvindo um chamamé sul-mato- grossense na velha cadeira de balanço olhando o prateado do luar na beira do rio Paraguai. Seus cabelos morenos compridos, o sotaque que arrasava corações combinava com a meiguice dos olhares castanhos conjugando seus carnudos lábios de mel imitando a Capitu do grande romance do livro Dom Casmurro de Machado de Assis publicado em 1899.
Nesse final de ano comemora mais um aniversário da viagem de um pião estradeiro pela bandas dela, a passagem relâmpago que deixou marcas que estão tatuadas no coração desse sexagenário que tomou outros rumos, mas não esquece das festanças e das belas morenas faceiras paraguaias que deixei por lá.