O Encrenqueiro do fim de semana

Naquele sábado, pela manhã, mais precisamente às onze e poucas horas, enquanto o Júnior irmão do Higino estava na escola, Betinho e Higino jogavam bola na rua. No um contra um, com partida de dez, que estava exatamente oito pro Betinho a dois pro Higino, quando a vó Nazaré veio chamá-los pro almoço.

Dizia ela com a voz cansada:

- Higino, Betinho...acabem com isso. Venham já almoçar.

Os meninos até tentaram terminar o tira-teima, mas ela os suduziu, mostrando a muchinga. E os dois passaram por dentro da casa aos pinotes, indo direto ao banheiro, pra tomar banho.

Após todo esse rito, assentaram- se a mesa, já composta com o tio Ademar, tia Dina, Aldenir e Adevaldo.

No que sentaram, Higino se serviu e o Betinho logo em seguida, tomando posse de uma colher esquisita; toda em metal, cabo fino e um pouco rasa.Tia Nazaré assentou- se a mesa e orou. Mesmo faltando o Júnior, que havia tido aula extra no Benjamin Constant.

No que ela terminou a oração, Adevaldo começou a apelação, implicando com Betinho por causa da colher, que era do Júnior, que chegava cansado naquele instante e azul de fome . Essa implicância gesto gerou a primeira confusão, pois Higino saiu em defesa do Betinho, por sua vez o Júnior, que não se encomodou. Terminando aquela contenda, quando a tia Dina chamou a atenção do Adevaldo, prá deixar os menores.

Não contente, feito cobra pelo canto, Adevaldo foi até a sala, viu os pais deitarem pra descansar, Aldenir se arrumar pra ler um faroeste. E ele irrequieto, voltou pra cozinha. Encontrando juntos a mesa, vó Nazaré, Higino, Júnior e Betinho. Foi tirar água do filtro pra beber, quando do nada os meninos começaram a rir. A rir e como rir. Aquele riso infanto juvenil, que qualquer asneira você desaba em riso.

Isso, justamente isso, irritava o Adevaldo.

Que sem ter nem pra que, partiu em direção ao Betinho e deu-lhe um corretivo, aplicando um cascudo no garoto.

Essa ação despertou a irá dos outros dois, que partiram pra cima do Adevaldo, gerando uma grande confusão, que atingiu o objetivo dele, chamado a atenção da tia Dina, com o tio Ademar.

A perguntar o que ocorrera:

- que coisa, a gente nem pode descansar, que é essa briga. Primeiro foi a colher e agora ?....

Adevaldo não se fez de rogado e disse:

- eles ficam num qui, qui, qui aí, que enjoa. Tudo é esse Betinho.

Os meninos negaram de pronto dizendo:

- não mãe, o Adevaldo que é enjoado.

Tia Dina perguntou a sua mãe:

- e a senhora mamãe, que começou tudo isso?

E a vó Nazaré falou:

- minha filha eu estava de costas lavando as panelas, só percebi a encrenca.

Juizes e Delegados da casa vieram e apartaram acalmando os ânimos e aplicar a sentença, que resultou na medida provisória, esperando revogação,

Que fora da vó Nazaré levar o Betinho de volta à casa dele, Higino ficar de castigo com o Júnior, sem poderem ir jogar bola, E o Adevaldo, rindo apenas recebeu um sermão pra ele se afastar dos meninos.

Betinho com o nó de choro na garganta, entristecido porque gostava de estar ali começou a arrumar sua sacolinha. Vó Nazaré tomava banho pra ir deixá-lo, enquanto Higino e Júnior impetravam recursos pra revogar os efeitos da lei.

Quando Betinho estava todo arrumado, de sacola nas mãos, com vó Nazaré segurando um dos braços, ele se despediu dos primos , e foi tomar a bênção dos tios, quando o efeito suspensivo tocou o coração da tia Dina ao vê aquele garotinho triste, com os outros dois filhos dela partilhado da emoção, ela deu uma palmada nele e mandou tirar a roupa e ficar por ali. O ato de absolvição não foi completo, pois que nao podiam ir naquele final de semana pra rua. Assim, os três se abraçaram, vó Nazaré, seguiu pro seu

quarto pra cesta da tarde, Betinho agradeceu a sua tia, Higino o caçula, a abraçou e a beijou e juntos foram terminar o dia, brincando no quintal, com carrinhos de ferro.