Onde andará o espelho?

Por acaso, deixei dois quadros tortos na parede. Os fito do sofá do escritório enquanto deito. Deitar é tão raro que não me levanto para arrumá-los.

 

Seriam tortas as Torres gêmeas? O que acontece quando um bolo confeitado fica torto? Volto a dezenas de anos atrás enquanto os olhos começam a piscar.

 

Eu na praia correndo atrás de um chapéu lutando contra o vento. Precisava dele para a fotografia. O amor rindo, me fotografando, junto ao vento e ao chapéu.

 

Que litoral seria? Espírito Santo ou Cabo Frio? Às vezes basta um pequeno frasco de memória para acordar sorrisos. Por acaso, ela anda turva feito plantinhas precisando de água? Será que estou desidratada?

 

Não tenho culpa de não sonhar com borboletas enquanto espelhos estão sendo fabricados para escanear nosso rosto e predizer dados da nossa saúde. Vou vivendo e não é por acaso que aprecio a cor dos novos dias.

 

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 10/01/2024
Código do texto: T7973421
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