“Foi Deus que fez você, foi Deus que fez o amor
Fez nascer a eternidade num momento de carinho
Fez até o anonimato dos afetos escondidos”

- Luiz Ramalho -

 

 

 

O AMOR NÃO É BIOLOGIA, ELE É SÓ AMOR

 

Agora no carro ouvindo esta canção na voz de Amelinha e andando a esmo, lembrei-me que de quando em vez gosto de andar perdido na multidão, mas ela me apavora porque me quebra a solidão com companhia indesejada. Numa dessas andanças encontrei um antigo amigo que se tornou evangélico. E como geralmente mudam! Mas aqui não vai uma crítica, cada um decide em que acreditar ou até mesmo não acreditar (sim, isso também é uma escolha) e que caminho trilhar. Conversando muito e quase sobre nada, meu amigo se disse revoltado pela possibilidade do “casamento gay”. Afirmou, como muitos, que não tem preconceito, mas que não é preciso o casamento e nem que eles(as) fiquem se beijando em público. É o mais do mesmo, ele, como muitos, passam desapercebidos pelo quase sexo explícito dos heteros, mas se “chocam” com apenas o gesto de carinho de mãos dadas de pessoas do mesmo sexo. É a hipocrisia do preconceito, quando não muitas vezes o melindre do desejo das alcovas escondidas e inconfessas.

Qual o problema de duas pessoas do mesmo sexo se casarem, constituírem família e serem felizes? Se você não deseja uma união homoafetiva, é um direito seu, mas suas decisões precisam ficar adstritas à sua cama, você não pode querer interferir no prazer e amor alheios. Isso é ultrapassado. Isso é démodé. Isso é chato. Isso é absurdo, anacrônico e ridículo.

Nesse diapasão, a igreja é a inimiga número um de Deus, pois é ela, em seu caráter opressor e dominante que desafia o ensinamento maior que deveria ter as religiões. Nenhum Deus disse AMÉM, eles sempre disseram (se realmente falaram) AMEM. E neste aspecto religioso de julgamentos internos, é preciso compreender que é algo entre quem acredita e sua divindade, e isso não passa por intermediários, principalmente os mercenários da fé.

Segue, pois, vivendo a vida sem os grilhões da amargura e do desrespeito, e jamais tente impor sua verdade à vida de outrem. Cada um tem sua escolha, sua cama e seus amores. E isso basta, se levanta de seu genuflexório e vai fazer o bem. Acredite, seu Deus, o meu e o de quem nem acredita estará assim bem mais feliz. O mundo precisa de amor e respeito, não de ódio e vigilância estúpida.

 

 

Foi Deus que fez o vento que sopra os teus cabelos
Foi Deus quem fez o orvalho que molha o teu olhar, teu olhar
Foi Deus que fez a noite e um violão plangente
Foi Deus que fez a gente somente para amar, só para amar
Só para amar”

 

 

 

 

 

 

 

Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 16/01/2024
Reeditado em 02/04/2024
Código do texto: T7977634
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