Numa sala

Em minha sala? Uma porta, sapatos num tapete ao lado de outro tapete frente à porta, um interruptor, uma cortina balançada pelo vento que vem de fora da janela de vidro aberta, uma mesa de vidro com duas cadeiras de ferro enferrujado, um sofá com almofadas estampadas por flores, um controle joga num acolchoado encosto para pés. A poeira dos sapatos ao lado da porta tira o brilho do piso, a lâmpada já está queimada, a brisa de vento que balança as cortinas esfria meu corpo — desacelera meu coração, a luz que entra pela janela deixa a parede branca gradando ao cinza de um cinzeiro, o ferrugem das cadeiras aumentou pelas lágrimas d'um natal que não repetirá, as flores nas almofadas estão mortas há tempo e o controle já está quebrado.