JUNG. DANTE ALIGHIERI. CORRUPÇÃO, INFERNO.

O suiço Jung, filho de um religioso, entregou-se à leitura dos espíritos curiosos dos grandes temas. Frequentou o Kantismo com amplitude, o que por si só mostra uma inteligência complexa, por poucos agregada.

Estudou medicina na Basiléia, psiquiatria, especialista em esquizofrenia.

Apurou alquimia e ritos nascidos em lendas e costumes, desafiou a cura dos mártires da doença psiquiátrica, os esquizofrênicos.

Sua grande construção, o “inconsciente coletivo”, “panela social” de virtualidades energéticas, está no foco de sua cientificidade. Estamos mais ou menos imersos nessa grande “panela” hoje; e mergulhados em inferno social.

Pode-se dizer que é o marco, o berço das normas, pior o inferno quando de suas interpretações pelos tribunais

E desse passo chegamos no Inferno do monumental Alighieri, em porções que alinho , verbis, em seguida, pode-se dizer que caminham juntos nessa ótica; o que se afigurou a Jung na descida aos escaninhos infernais, com as bolgias descritas por Dante na condução de Virgílio.

“Aqui deixar convém toda suspeita;

Todo ignóbil sentir seja proscrito.”

CANTO III

Chegam os Poetas à porta do Inferno, na qual estão escritas terríveis palavras. Entram e no vestíbulo encontram as almas dos ignavos, que não foram fiéis a Deus, nem rebeldes.

Seguindo o caminho, chegam ao Aqueronte, (rio do inferno) onde está o barqueiro infernal, Caronte, que passa as almas dos danados à outra margem, para o suplício. Treme a terra, lampeja uma luz e Dante cai sem sentidos.

“POR mim se vai das dores à morada,

Por mim se vai ao padecer eterno,

Por mim se vai à gente condenada.

“Moveu Justiça o Autor meu sempiterno,

Formado fui por divinal possança,

Sabedoria suma e amor supremo.

No existir, ser nenhum a mim se avança,

Não sendo eterno, e eu eternal perduro:

Deixai, ó vós que entrais, toda a esperança!”

Digo eu, a esperança da não prevalência da lei, da ausência de punição, como se dá em nossos dias; isso não existe neste fórum.

Faço uma analogia em razão do inconsciente coletivo de Jung.

NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA ESCONDER A VERDADE POLÍTICA/SOCIAL.

Diz Jung:

“Verdadeiramente, aquele que olha o espelho da água vê em primeiro lugar sua própria imagem. Quem caminha em direção a si mesmo corre o risco do encontro consigo mesmo. O espelho não lisonjeia, mostrando fielmente o que quer que nele se olhe; (AÍ RESIDE A CONSCIÊNCIA REJEITADA) ou seja, aquela face que nunca mostramos ao mundo, porque a encobrimos com persona, a máscara do ator. Mas o espelho está por detrás da máscara e mostra a face verdadeira. Esta é a primeira prova de coragem no caminho interior, uma prova que basta para afugentar a maioria, (É O QUE OCORRE) pois o encontro consigo mesmo pertence às coisas desagradáveis que evitamos (É CONFORTÁVEL PARA O MAU CARÁTER), enquanto pudermos projetar o negativo à nossa volta. Se formos capazes de ver nossa própria sombra, e suportá-la, sabendo que existe, só teríamos resolvido uma pequena parte do problema. Teríamos, pelo menos, trazido à tona o inconsciente pessoal. A sombra, porém, é uma parte viva da personalidade e por isso quer comparecer de alguma forma. Não é possível anulá-la argumentando (O QUE FAZEM), ou torná-la inofensiva através da racionalização. Este problema é extremamente difícil, pois não desafia apenas o homem total, mas também o adverte acerca do seu desamparo e impotência. Às naturezas fortes - ou deveríamos chamá-la fracas? - tal alusão não é agradável. Preferem inventar o mundo heroico, além do bem e do mal, e cortam o nó górdio em vez de desatá-lo. No entanto, mais cedo ou mais tarde, as contas terão que ser acertadas.”

É o inevitável e inexorável.

No cristianismo o princípio “a quem mais se dá, mais se exige”, deve ser aplicado aos detentores do Poder.

Como a um magistrado, que julga e por isso é permanentemente julgado. E estão em lugares mais altos dos tribunais para serem vistos em suas imagens com destaque; E SEREM JULGADOS. Não há como fugir.

A nossa sociedade aos poucos vai saindo desse porão, o “id”, o inconsciente, no caso coletivo, e se conscientizando do que ocorre com seus direitos esmagados pela prática da usurpação.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 18/01/2024
Reeditado em 18/01/2024
Código do texto: T7979533
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