A Insustentável leveza do "querer" ser

Creio eu que, a sociabilidade entre as pessoas existe desde

o nosso nascimento. Não poderia ser diferente,já que, nascemos

dentro de uma família, seja ela como leva a vida.

Muitos de nós nascemos cercados de riqueza, outros nem tanto,

mas, com certeza já viemos ao mundo dentro de uma sociedade.

Nessa sociedade aprendemos a andar, falar, comer e claro,

aprendemos sobre conceitos, condutas, responsabilidades no geral.

Eu por exemplo, recebi dessa sociedade que chamamos de "família"

uma educação conservadora. Claro que isso não quer dizer que

sigamos todas as regras; mesmo porque nunca acreditei quando

diziam que "Quem com manco anda, manco fica"; caso o fosse, eu

teria me jogado ao mundo das drogas, fugido de casa, casado

grávida e tantos outros eteceteras. Mas vou dar um salto neste

tempo todo. Algum tempo atrás e não é muito, comecei a reparar no

comportamento de pessoas que denominamos "amigos". Quem disser

que não tem amigos, sim senhor, é um grande mentiroso. Sempre

esperamos de um amigo o ombro, o ouvido, o colo, a confiança, o

respeito e principalmente a lealdade. Meus pais sempre me diziam:

- Filha, tens dois tipos de pessoas ao teu redor. O amigo e o

colega. - e creio,que no início dessa descoberta, sempre surge a

dúvida: "Quem é amigo e quem é colega?"

Com o tempo, distinguimos o colega, aquela pessoa que convivemos

no dia-a-dia, porém, não com tanta afinidade. Aquela pessoa que

cumprimentamos com um - Olá, como vai.- pessoas comuns, num meio

de vida comum; já o amigo, é aquela pessoa que necessitamos ter

ao lado, para contar um problema, chorar uma situação triste,

contar uma novidade que nos trouxe alegria, e claro retribuir da

mesma forma, pois, outro ensinamento que tive e sigo até hoje é:

"Faça e fale às pessoas o que gostarias que fizessem ou dissessem

à ti" e tem muito fundamento tudo isso. Sim, mesmo porque creio

que o ser humano é uma força de energia tão pura e forte e sim-

plesmente não conhece o poder que tem. Normalmente os seguidores

deste ensinamento passam grande parte da vida, se decepcionando

porque confiam demais nas pessoas ao seu redor, acaba por ficar

tempos numa cegueira quase que sem volta. Eu digo quase, porque

chega uma hora que a luz brilha em nossa frente e mostra na

verdade, o caráter de cada um. Quem não segue este ensinamento,

normalmente é cético moralmente. Já ouviram dizer na expressão

"Quem usa do veneno para matar, por fim morre com seu próprio

veneno". A manipulação não existe apenas nas fórmulas medicinais.

Ela existe no íntimo das pessoas. Sentem-se com um poder tão

grande e forte de dominação, que envolvem inconscientemente

outras pessoas. E quando estes céticos, mostram-se como verda-

deiramente são, e começam a olhar pelos dedos das mãos, e ver

que pessoas escorregam por entre eles, cria-se uma sensação

de perda; é onde começa a maldade, a intriga, a injuria.

O poder do mais forte contra o mais fraco. Poria isso entre ""?

Não, não preciso. Milhões de pessoas não admitem perder ou

estarem errados. E quando isso acontece, começa então, o "querer

ser". Querer ser o certo, o justo, o injustiçado, o coitado. Mas

para isso, precisa de um alvo. Duas pessoas que viveram tantas

situações, confidencias, alegrias e tristezas. Por um motivo ou

outro, separam-se. Um segue seu caminho, quer ser o que sempre

sonhou, livre, continua a andar e a acreditar no ser humano. O

outro não se conforma, segue outro caminho; o da perseguição.

Inventa estórias absurdas afins de denegrir o outro. Usa outras

pessoas com o intúito de angariar seguidores, opa, seguidoras;

aproveita-se da carência humana e joga o veneno. Escreve na mente

doentia uma estória,que nada mais é do que o próprio reflexo de

si mesmo. Faz de suas próprias atitudes, o falso caráter do outro

que continua seguindo seu caminho de liberdade.

Enfim, vamos concluir que: O manipulador tem em mente que é

inteligente a ponto de ludibriar pessoas jogando uma contra outras;

De denegrir quem está em seu caminho, de criar injurias, mas se

esquece ignorantemente que, quando extende a mão e aponta o dedo

indicador para alguém, não enxerga que outros 3 dedos voltam-se

contra si. E mais cedo ou mais tarde, tudo que é feito, lhe volta

muito mais forte.

A insustentável leveza de "querer" ser mais que os outros.

A insustentável leveza de ser "pequeno".

Anna Müller
Enviado por Anna Müller em 02/12/2005
Código do texto: T79856