É CARNAVAL

Francisco de Paula Melo Aguiar

Em fevereiro tem Carnaval.

Sim! Tem Carnaval.

Ele é cantado e decantado na Terra e faz muito tempo.

É a festa onde tudo é possível, inclusive nada.

É o abuso do corpo e da alma durante três dias.

Tem adeptos em todas as classes sociais em todo tempo e lugar.

Não precisa de muita ou pouca alegoria e ou fantasia, bastar querer brincar e suportar ou não elogios e críticas por soltar ou não a franga adormecida nos foliões anestesiados por bebidas, perfumes, odores e drogas lícitas e ilícitas.

É uma festa em que os bailes nos sodalicios, já não existem mais, salvo pequenas exceções, como por exemplo, o baile carnavalesco do vermelho e branco, do Clube Cabo Branco, já não tem mais a pompa do passado e que já não se houve falar nos bastidores da sociedade.

Em Santa Rita, a terceira cidade da Paraiba em população, eleitores e rendas mensais em impostos diretos e indiretos no Estado, já não existem mais os bailes do extinto Santa Rita Tênis Clube, nem do pré extinto Santa Cruz, que encontra-se de portas fechadas em coma e sem quadro associativo.

Quem ainda trás a tona a lembrança dos antigos carnavais de nossa terra é o baile do maestro Miron e família.

E até porque, "o melhor é sair da vida como uma festa, nem sedento, nem bêbado", segundo o pensamento do filósofo grego Aristóteles.

Ah! Por onde andam as tribos indígenas? A exemplo da tribo do carnavalesco Manoel dos Índios, de saudosa memória.

Na área pública, só o Carnaval molhado no açude das águas minerais, uma invenção do prefeito Marcus Odilon, in memoriam, o único patrimônio do povo que ainda não foi totalmente destruído pela gestão municipal, isto mesmo, porque em tempo de calor o açude é quem socorre a população sem água nas torneiras desde o reinado da Cagepa no passado recente aos atuais dias da folia da ANE, que faz a conta chegar cobrando mensalmente a água e o esgoto sanitário inexistente da população calada e humilhada por pagar o que não recebeu.

É assim mesmo, depois do Carnaval, tudo cai ser resolvido, a população não terá mais problemas, porque cem a campanha política e no palanque tudo tem solução e voto na urna.

Sim, não se deve esquecer que depois do Carnaval, tem início o período de pagamento da taxa do lixo e do IPTU 2024 corrigidos na forma da vontade do "soberano" de plantão, com o "silêncio" da Câmara Municipal, representante de seus próprios interesses pessoais e familiares em blocos que não são blocos carnavalescos.

Na região do "cala-boca" é assim.

E até porque brincar ou não brincar Carnaval é questão de escolha de cada pessoa, assim como se faz as escolhas de candidatos para votar em cada eleição.

Ledo engano porque tudo não vai terminar mesmo na quarta-feira de cinza.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 02/02/2024
Reeditado em 02/02/2024
Código do texto: T7990223
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