A CONSCIÊNCIA

Francisco de Paula Melo Aguiar

A consciência é o oposto da inconsciência.

Então cada indivíduo tem reflexão distinta sobre o que é consciência ou inconsciência.

E isto é fato natural aceitável e respeitado diante das diversidades existentes do que é certo e ou errado na política, na educação, nas religiosidades e nas orientações de gêneros, etc.

Assim pode, porém, não se deve botar a mão na cambunca alheia em qualquer sentido existencial.

Na cambuca alheia, cada qual tem seus valores culturais, sociais, educacionais, religiosos, sexuais, políticos, esportivos, ideológicos, familiares, etc.

A cambuca alheia tem uma verdade ou certeza que a outra não tem, um exemplo de tal tipo de consciência é que cada indivíduo procura se acomodar para passar um tempo ou lá permanecer até Mané chegar.

O Mané é tudo de bom para uns é tudo de ruim para outros.

É a dialética do discurso para ficar bem na opinião pública ou privada no que pensa e fala.

É a consciência na sociedade de consumo que embala a massa que não pensa ou inconsciente, assim levada ao desespero como formigueiro sem saber o que é certo ou errado.

Tem filósofos de plantão em todo tempo e lugar, um exemplo disso é Jesus Cristo, único e suficiente Salvador da humanidade santa e pecadora, este sim, não veio para o individuo santo, veio para salvar o pecador, não importa a interpretação versa ou adversa no universo das religiosidades.

O que é bem diferente no pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), em sua obra "Crepúsculo dos Idolos", que trata de uma reflexão da natureza da consciência no século XIX, época de sua existência física, porém, autoaplicável nos dias atuais.

De certo modo a consciência do indivíduo surge diante da necessidade de comunicação e sociabilidade, assim sendo, o indivíduo adota o discurso comum aceitável pela massa, seja qual for sua intenção corporativa, religiosa, política, policial, social, educacional, ideológica, etc.

Assim todos os indivíduos vestem a mesma "camisa" de seus interesses, usando as mesmas armas para se chegar onde se que chegar, puxar a brasa para sua sardinha ou profissão ou atividades laborais e realização de desejos e sonhos.

E onde fica a natureza da consciência?

Nietzche apresenta crítica diante da valorização com excesso a razão (aspectos apólineos), em detrimento claro aos instintos vitais e do corpo (aspectos dionisiacos). De modo que ele diz que a filosofia de Sócrates é Platão, principalmente, instaurou o predomínio da razão, da racionalidade argumentativa, da lógica e da demonstração. E posteriormente a racionalidade científica, o espírito apolineo prevalece, enquanto o espírito dionísio, o próprio desejo e a afirmação da vida, passou a ser reprimida gradualmente.

E aí, somos ou não somos "autênticos", reais ou protagonistas de nós mesmos?

Ou somos apenas fantoches ou meros imitadores de um ator?

Na sociedade de consumo o indivíduo vive a imitar o outro em tudo ou quase tudo, assim tem origem o mito ou ídolo em todos os sentidos da vida como forma de afirmação sociL e pessoal.

O próprio Nietzsche afirma: " És autêntico? Ou apenas ator? És um representante? Ou a própria coisa representada? No fim das contas, talvez sejas meramente a imitação de um ator... segundo caso de consciência ".

Disso não temos dúvidas de que a consciência humana é direta e indiretamente a expressão máxima e ou autêntica da própria existência. Assim a consciência pode e deve ser mais como um "ator" e ou uma mera "representação" ou "imitação" moldada diante das necessidades de comunicação e sociabilidade, deixando de lado a revelação da verdade de nossa natureza instintiva e vital, por analogia ao pensamento de Friedrich Wilheim Nietzsche, in.: Crepúsculo dos Idolos: Como se filosofa com o Martelo. Porto Alegre: L&PM Editores, 2019 (Coleção L & PM POCKET, v. 799), parágrafo 38, p. 24.

A consciência do indivíduo é terra que ninguém anda e também não conhece plenamente diante de tantas máscaras e mascarados de plantão nos poderes constituídos e na sociedade.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 04/02/2024
Reeditado em 04/02/2024
Código do texto: T7991695
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