JOVEM NÃO LÊ JORNAL...

JOVEM NÃO LÊ JORNAL... 

Breve mensagem em importante Jornal de Belém me deu belo susto: pretendem publicar, no futuro, apenas o "formato virtual" do Jornal, o modelo tradicional seria "ripado" (ou "rifado", como diziam antigamente). Pois bem, além de reduzir drasticamente a renda dos jornaleiros -- classe quase toda de idosos "que não leem" sua mercadoria -- deixaria milhares de outros idosos "a ver navios", digo, a olhar pro céu, sem nada mais a fazer. Os 3 exemplares diários da padaria próxima de minha casa são comprados por "setentões" (ou quase isso), eu entre eles. Nos demais locais "idem"... no supermercado LÍDER da Cidade Nova 6 "ibidem". (É Latim, caro leitor !) Mas, afinal, por que jovem não lê Jornal ?! Todos os jornais, de cem anos para cá, jamais pesquisaram os motivos para essa ojeriza aos "hebdomadários"... traduzindo, publicação semanal, ou, melhor, Jornal. O fato é que eu, ainda jovem e já jornaleiro (1973/74), só lia deles a programação rockeira da Rádio carioca ligada a empresa jornalística, agora "em Belém" -- nosso bairro pertencia à Capital, até 1995 -- entre 1987 e 2003 e só os vendia para idosos ou leitores acima dos 40 anos. Ainda assim, me devolviam dias depois praticamente intactos, só os cadernos de futebol e de crimes tendo sido realmente lidos. 

Um amigo completou 1 ANO de seu "mini Jornal" -- escrevi "Jornalzinho" e quase fui "cancelado" -- mas o título de JORNAL depende da tiragem, da quantidade editada. Com 500 exemplares (se não aumentou) e mensal, não pode ser Jornal, por questão de lógica. Lá vou eu "cutucar a onça com vara curta" ! Fico curioso em saber quantos JOVENS "lá dos pampas" compram a publicação dele, a 5 reais, (?!) ou será que o "dito" centenário também lá se aplica ?! Jovem NÃO LÊ, mas escreve... a maioria guarda os manuscritos, os esconde, nem os pais costumam ter acesso aos "rabiscos" juvenis. Se encontra algum professor ou mestra para apoiá-lo, então há de continuar nessa ingrata estrada quase sem reconhecimento por ninguém, nem mesmo amigos. (*1)  Gostaria de usar este texto para conclamar você, que me lê, A ESCREVER suas memórias, a vivência da juventude, a vida em família, aventuras, as coisas dos tempos de criança e de jovem. Esse resgate do seu Passado ficará para filhos e netos, espécie de "Diário" dos belos anos vividos. E não se preocupe com Ortografia, frases bonitas, tolices pseudoliterárias... basta escrever COM O CORAÇÃO !  

Sempre haverá erros, por mais que você REVISE... os erros de grafia são como pulgas, a gente não os vê mas estão ali, "camuflados" e prontos para saltar sobre o leitor desavisado que pega nossos originais. "Óia nóis aqui"!, gritam para o tal amigo ou professor. Nossa vaidade "nos cega", todo texto nasce perfeito, irretocável... faz-se 3 ou 4 leituras e nada de localizar o "inimigo"! Acabo de me inscrever num concurso de crônicas: revisei, reli, "trili", "quatrili" (me perdoem o "neologismo" capenga) e NADA VI ! Após o envio li distraidamente e lá estavam 2 "xiítas" logo nas primeiras linhas, um deles "de tocaia" na quarta ou quinta palavra, a "me matar" de vergonha. Passa-se por "analfabeto" perante o leitor, quando a situação real e definitiva é uma só: os erros "se escondem" das nossas vistas, por isso mesmo cada Editora tem uma equipe de revisores, aptos a descobrir esses "desgraçados". 

Com ou sem ERROS escrevam, DESCREVAM sua existência para os pósteros, os que virão, porque esse Mundo de Internet e IA está cada vez "mais sem graça"... os tempos antigos eram bem mais divertidos e merecem SER CONTADOS ! Leitores amigos, contem suas histórias, há muitos locais virtuais onde elas podem ser postadas.    

"NATO" AZEVEDO (19/fev. 2024, 10hs)

OBS> (*1) - qualquer concurso literário VISANDO JOVENS precisa ser divulgado em outros meios (e locais) além dos jornais. Para ter sucesso o evento exige cartazes em escolas, igrejas e templos, danceterias, clubes esportivos. Entre 1991 e 93 levamos nossa Exposição de Capoeira (fotos e desenhos, em paínéis de compensado de 40 x 60 cm) para dentro de umas 15 EPs... em duas ou 3 "ficamos na rua", NÃO QUERIAM a Exposição em seu recinto. E falo de Escolas da capital, Belém...