Que amor é esse?

Outro dia, estava eu atravessando a rua, quando vi um pai levando uma criança no colo. Senti vontade de perguntar a ele: Que amor é esse? Mas não tive nem tempo.

Fico pensando em quantos pais e mães dariam tudo para ter ao menos mais um dia com seu filho que já partiu por alguma causa. Então, olhando o trânsito, vejo a presunção, talvez um toque de arrogância disfarçadas de amor, quando pais e mães colocam seus pequenos no colo, e muitas das vezes até o cachorrinho ao qual têm como membro da família, em seus colos, entre seu corpo e o volante.

Que amor é esse capaz de num ato de extrema irresponsabilidade transformar seu filho em um possível airbag?

Muitos ousam dizer: "Ah! Mas eu dirijo com cuidado."

A esses eu diria: "Fale por você."

É aqui que está o toque da arrogância que a pessoa nem se dá conta de que tem: achar que está no controle.

Costumo dizer, que o motorista conhece a estrada, mas nunca o estradeiro.

Quem garante que um carro desgovernado não atingirá aquele carro onde uma criança ou um animalzinho encontram-se cercados de inocência, amor e muita imprudência?

E se esse pai ou essa mãe infartar ou sofrer um mal súbito? E se esse carro sofrer uma falha mecânica em um ponto que coloque motorista e passageiros em perigo?

"Mas eu vou devagarzinho..." Insiste o imprudente, não sabe ele que, Segundo um artigo no site da MGM, intitulado A Importância do Uso do Cinto de Segurança, em uma colisão a 20km/h o impacto sobre o objeto fixo pode ser superior a até 15 vezes maior que o peso da pessoa, não sabe também que 8 pessoas em cada 10 acidentes morreram em colisões em que pelo menos um dos carros estava em torno de 20 km, essas pessoas estavam sem o cinto de segurança.

Considerando apenas esses pontos, dá para os pais que levam seus filhos no colo enquanto dirigem, fazer uma reflexão: Que amor é esse que aceita expor o próprio filho ao perigo?

Deixe que a criança faça birra, as lágrimas dela vão passar, já as suas talvez nunca se sequem . Lágrimas tiradas do tanque do remorso e da saudade.

Que amor é esse?

Claudia Nunas
Enviado por Claudia Nunas em 05/03/2024
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