SE DIZ TUDO

Francisco de Paula Melo Aguiar

Sim, se diz tudo usando a brincadeira.

Deixa isso para lá.

O que é que tem?

Eu não estou fazendo nada.

E você também.

Isto é um refrão de uma música popular antiga.

Que cobra que não anda não engole sapo.

E feijão que não cozinha se come cruo.

Que filho sem pai e sem mãe é o do vizinho.

Que os pais querem muito formar os filhos, porém, sem investimento físico e moral na preparação para o sucesso, isto é impossível.

Que assim todo mundo quer ser "santo", porém, não faz por onde merecer a glória dos altares.

Que para ser político não precisa ter a Educação Básica completa, curso de graduação ou de pós-graduação de especialização, mestrado e doutorado, PHD, etc, o eleitorado é o juiz e pode fazer qualquer mortal em imortal nas urnas. Isto é fato.

Assim sendo, político analfabeto, formado em ciências ocultas e letras apagadas, pela Universidade de curupaco, não faz concurso público a não ser apelar para o povo lhe "dar" um mandato popular a qualquer custo ou preço.

Todo e qualquer homem ou mulher, santo(a) ou pecador(a), pode vender seu "peixe", quando não conhece sua própria origem se dizendo que vai resolver os velhos e novos problemas de seu povo sofrido, quando na realidade, quem é sofrido(a) e desempregado(a) a procura de emprego via o mandato para trabalhar contra o povo é o(a) próprio(a) candidato(a) contumaz em trapaças na vida fora da lei e da ética.

E essa gente se dá bem e fica com quem ganhar a eleição.

E assim é o período pré eleitoral pelo Brasil afora.

A campanha da politicagem está no ar, não precisa nem retocar os defeitos das fotos dos pré-candidatos que o fotógrafo Antônio Viegas, in memoriam, fazia com maestria na ponta do lápis, melhor do que ninguém.

O pires ou coreto da Praça João Pessoa, já não pode ser usado para as reuniões informais ou clandestinas dos partidos de esquerda, de direita ou de centro de uma ideologia quebrada aos pedaços diante das divergências internas ou da grama pisada pelos sonhadores de que campanha política se faz gastando solado de sapato e jogando conversa fora, implantando dúvidas na cabeça do eleitorado sem lenço e documento. Isto mesmo, porque a "tribuna" popular da pobreza está com tapumes para ser reformada depois de destruída pelo abandono e esquecimento da gestão de passagem por Santa Rita, a terra que nos é comum, agora em incomum.

Por outro lado, "o sapato que fica bem a uma pessoa é apertado para outra: não há uma receita da vida que possa servir a todos", ex-vi o pensamento de Carl Jung.

Há sim! Esse tempo já passou, tudo agora é inteligência artificial, para o bem e para o mau,, se bem que no passado se pegava a fita do discurso do político adversário e se montava pequenos trechos da empolgação discursiva e no dia seguinte lá estava a voz do candidato nos carros de som dizendo: quem é o melhor candidato? A resposta era dada com a voz do adversário: fulano de tal.

E a população ia a gargalhada, de modo que brincando se dizia tudo, inclusive a verdade, por analogia ao pensamento de Segismundo Freud, o pai da Psicanálise.

E isso gerava pedido de retirada daquela fala dos carros de som junto à Justiça Eleitoral.

E assim não dava em nada. A campanha eleitoral passava e entre "mortos" e "feridos", nenhum castigo, nem isso ia para o confessionário de Monsenhor Rafael de Barros, que com certeza mandaria rezar um terço completo ou seja, seis Pai Nosso e cinquenta e três Ave Maria, de joelho no altar mor do Santuário Matriz de Santa Rita de Cássia.

E assim na região do cala à boca se fala tudo e ninguém fica calado.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 20/03/2024
Reeditado em 20/03/2024
Código do texto: T8023736
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