MONÓLITO

Francisco de Paula Melo Aguiar

Que danado é monólito?

Ao pé da letra é "algo" constituído naturalmente por uma só pedra, a exemplo da Pedra da Gávea no Rio de Janeiro.

Então, monólito é uma pedra de grande proporções e que a maior do mundo é a de Uluru/Ayers Rock na Austrália.

Assim como é um monólito também a pedra ou obelisco que ornamenta à Praça da Pedra, na capital paraibana.

O sistema político monólito ou monolítico é justamente o que acontece na Coreia do Norte, tendo líder supremo Kim Jong-un, ideologicamente falando, obediência total ao líder supremo que tem o poder por herança hereditária acima do bem e do mau. Um impostor.

A Rússia de Vladimir Putin, é e não é, monólito o sistema político, porque ainda assim, tem a "máscara" da abertura para se ter partidos nanicos de oposição ao sistema, puro simulacro para afirmar a sua hegemonia geopolítica regional e internacional, inclusive para justificar que suas eleições nacionais são "democráticas" e limpas, onde só quem ganha é o partidão do governo. E quem realmente fizer oposição vai parar na cadeia ou na sepultura, e assim é mantido o poder político mandando em tudo e em todos.

Já aqui no Brasil a coisa é bem diferente porque nem o PT conseguiu hegemonia geopolítica para de fato implantar sua ideologia de massa de plantão, isto porque a democracia brasileira está solidificada no voto popular, universal e secreto, salvo a teatralidade de 8 de janeiro de 2023, onde os participantes estão processados na forma da lei e cada qual respondendo no que lhe cabe ou não.

No Brasil o teatro monólito político é o mesmo nos 5.568 (cinco mil e quinhentos e sessenta e oito) municípios, todos prefeitos de plantão, querem a qualquer custo e ou preço renovar os mandatos e manter a hegemonia familiar ou de parentela nas eleições que se aproximam com dinheiro do povo, que afinal de conta é quem paga às contas.

Quem mentir mais poderá até ganhar a eleição, porque o eleitorado esquecido durante os quatro anos anteriores, agora lembramos estão sendo agradados e quem agrada não fala a verdade, por isto, são aceitos e ovacionados cantando vitória com o ovo no "fofó" da galinha antes da hora.

É assim que se faz política no Brasil, o eleitorado que se abstém e quando comparece a urna, vota branco ou nulo. E não são poucos votos não, porque se assim não fosse, essa gente decidiria democraticamente os destinos de seus municípios, de seus estados e do Brasil com solidez e honra no sentido de deixar-se governar por quem quisesse sem cesta básica e proselitismo barato manipulador.

A cultura política de que quanto pior melhor é o monólito da pedra no caminho que fala Carlos Drummond de Andrade, em sua obra poética e literária no caso concreto da malandragem política de nossa gente. E isso é só um pequeno exemplo.

A verdade não é aceita pelo povo cego, "santo", "pecador" e faminto, ex-vi Jesus Cristo, a perda angular que não deixa de ser a pedra no caminho dos fora da lei e da razão desta gente "santa" e "pecadora".

É justamente o que o ilustre escritor e poeta português Fernando Pessoa, ainda que por analogia, quer dizer dizendo: "tantas vezes pensei ter chegado, mas descobri que era apenas mais um ponto de partida", e não é que ele tem razão de sobra.

A pedra no caminho dos dias atuais são tantas que apenas a título de ilustração, citaremos: a inflação, as saidinhas de apenados entre o ir e vir do sistema penitenciário, as drogas, femicidios. Assaltos, sequestros, o trânsito, a falta de segurança, educação pública de qualidade, saúde pública para todos que dela necessitam para se curar de seus males, a violência urbana e rural, os impostos diretos e indiretos com alíquotas mínimas e não como está, porque isso é uma falta de respeito se pagar 29% de ICMS, por exemplo, nas mercadorias e taxação diversas em bens e serviços.