A terra dos poetas mortos

Existe um lugar no planeta Terra que é tão perfeito que chega a doer os olhos. Deus quando fez este lugar estava uma inspiração só! É o lar de uma legião de super-heróis, onde o mito da perfeição humana é praticado em toda a sua plenitude.

Todos têm a mesma identidade, a mesma dignidade, a mesma sorte, a mesma cara, a mesma fala, a mesma dor, a mesma vida, a mesma morte. Tudo é sempre a mesma coisa, o mesmo jeito toda vez.

Sob o manto sagrado da utopia, os seus habitantes teimam em viver do passado, em não pensar no futuro. A ideologia divina está impregnada em todo o seu corpo sensual caribenho.

Nem os ventos da Perestroika, nem o furação "Isaac", nem a locomotiva do mundo contemporâneo foram suficientes para derrubar a sua "muralha de velhas verdades", quase intocáveis.

Os ponteiros do relógio pararam neste lugar há aproximadamente 6 décadas. Desde então, a longa e estreita ilha continua com os ares da guerra fria, esperando a bomba cair.

A ilha dos encantos do mar do Caribe ainda respira o ar pesado, denso e asfixiante dos tempos da ditadura. A "nata humilde do seu povo" continua na fila de espera, sem pressa para ser feliz e com medo de ver o sol nascer quadrado.

É a terra de horrores institucionais! É a terra dos poetas mortos! É a terra dos náufragos esquecidos! É a terra dos velhos frutos! É a terra além da imaginação!

Às vezes eu me pergunto: Será que o continente perdido de Platão não fica nas ilhas caribenhas?