INGRATIDÃO

Francisco de Paula Melo Aguiar

A ingratidão é a falta de solidariedade, porque de onde não se espera vem com juros e correção monetária e ética, no silêncio individual e não precisa dar coice.

Assim sendo, existe a lei natural da reciprocidade de que quem pega na "rodilha" é porque pode com o "pote", isto mesmo, tal regra é autoaplicável em todas atividades laborais ou não.

Então a ingratidão é o mínimo que se espera de quem foi ou é beneficiado direta ou indiretamente pelos pais, irmãos, colegas, amigos, professores, patrões, pela sociedade, pela solidariedade, pelo povo, etc.

E assim vive e convive com todos relacionamentos formais e informais de cada ser em seu entorno, a começar pelo zelo da coisa pública, o que não é diferente consigo próprio.

A coisa pública que estamos a falar começa pelo pagamento dos impostos diretos e indiretos, por todos consumidores diretos e indiretos de bens e serviços, por exemplo, a construção de obras públicas: uma escola. um hospital, rede de água e de esgotamento sanitário, ruas e estradas asfaltadas, praças públicas, reformas e manutenção de tudo que custa e ou custou o dinheiro do contribuinte, etc.

A gratidão está presente assim como a ingratidão a disposição de cada pessoa, até na visão de gente famosa assim falando e assim reconhecido, como por exemplo Johann Wolfgang von Goethe ( 28 de Agosto de 1749 — 22 de Março de 1832), escritor, cientista, poeta, dramaturgo e romancista alemão, ao citar que a "ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato", isto mesmo, porque quem tem valor não vive de revanche e de desculpas esfarrapadas, a exemplo do cenário nacional e internacional do momento com guerras do salve-se quem puder.

E Goethe é assim enfático também ao afirmar que "Se tomardes a vida com excessiva severidade, que atração tem? Se a manhã não vos convidar a novas alegrias e se à noite não esperardes nenhum prazer, valerá a pena vestir-se e despir-se?", isto mesmo impor limite é diferente de estabelecer regras em todos relacionamentos sociais ou não, sem nexos causais.

A sabedoria é diferente da inteligência, algo semelhante ainda que por analogia a educação e a instrução, uma coisa não é a outra coisa, embora se complementem, uma vez que "só sabemos com exatidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida", aí está a questão científica lato sensu e strictu sensu, na visão Goethe e com razão.

É fato de que "nada mais assustador que a ignorância em ação", segundo Goethe, e isso vem assim sendo construído nas narrativas das ideologias e seus defensores de plantão.

E é por isto mesmo que Goethe adianta que: "falar é uma necessidade, escutar é uma arte", porém, no momento a turma da situação ou da oposição científica ou não, das religiosidades, das ideologias e da política, tem se comportado como um cão ao se "defender" para não perder o osso que está roendo para o outro.

Aí prevalece a lei do mais forte, ex-vi as comunidades inteiras nas grandes e pequenas cidades, desocupando suas casas e indo embora, com medo das milícias e do narcotráfico, de fato e de direito, diante da inércia do aparelho policial do Estado, tendo como alegação a legislação não repressora ao pé da letra.

Assim sendo, "como se pode conhecer a si mesmo? Nunca por meio da contemplação, mas por meio da ação", conforme a visão de Goethe, aqui exposta.

E tanto é assim que o próprio Goethe, afirma textualmente que "nada é mais repugnante do que a maioria, pois ela compõe-se de uns poucos antecessores enérgicos; velhacos que se acomodam; de fracos, que se assimilam, e da massa que vai atrás de rastros, sem nem de longe saber o que quer", é está, a vida real da massa que vem cada vez mais se coisificando e correndo a trás dos proselitismos baratos para não morrer de fome de tudo, inclusive de segurança, educação, etc.

É triste, porém é verdade, segundo os informes oficiais divulgados pelo IBGE/PNAD, ontem, onde a Paraiba ocupa o terceiro lugar em analfabetismo no Brasil. E João Pessoa é a área metropolitanade de maior indice de analfabeto do pais. Enquanto isto, no dizer de Goethe, "há pessoas que nunca se perdem porque nunca se põem a caminho", então, a quem interessa uma população de gente analfabeta?

É fato ainda inspirado no pensamento de Goethe, que cai como uma luva, porque "quem tem bastante no seu interior, pouco precisa de fora", e ponto final, salvo melhor juízo, onde estão as políticas públicas para erradicar o analfabetismo brasileiro?

Não haverá mudança e nem errardicação do analfabetismo, etc, se deixar a corrupção do corpo e da alma das massas a continuar drogada com a contaminação do proselitismo de dar o peixe em vez de ensinar a pescar.

É fato e contra fato não se tem argumento, portanto, concordamos em gênero, grau e número com a visão de mundo de Goethe, quando afirma que "o talento educa-se na calma, o carácter no tumulto da vida" e que "nunca nos devemos esquecer que nenhum homem pode fugir de si mesmo", uma vez que é composto por bactérias e uma única alma, ele próprio da concepção à sepultura que o transforma em pó.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 23/03/2024
Reeditado em 23/03/2024
Código do texto: T8025825
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