O REI E O JUMENTINHO

O galopante avanço tecnológico, às vezes criticado, traz ao produtor de textos facilidade ímpar: não ser preciso pegar uma folha de papel, tampouco uma caneta ou lápis para poder escrever. Por isso estou tendo a oportunidade de construir esta mensagem, digitando na tela de meu laptop uma reflexão baseada no evangelho de S. Mateus, que me emocionou muito, que diz o seguinte:

Evangelho do Domingo de Ramos segundo São Mateus – 24 de março de 2024.

Naquele tempo, Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! Se alguém vos disser alguma coisa, direis: ‘O Senhor precisa deles’, mas logo os devolverá’”.

Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: ”Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta”.

Então os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes havia mandado. Trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou. A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. As multidões que iam na frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”

Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou, e diziam: “Quem é este homem?” E as multidões respondiam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia”.

O dia de hoje, para nós, católicos, tem um grande significado: início da Semana Santa.

Ao participar da missa, meu coração encheu-se de emoção. Não me envergonho de dizer que meus olhos se inundaram de lágrimas, momento em que o padre de minha paróquia e seus auxiliares, dirigindo-se ao altar, foram aclamados com a belíssima canção:

“HOSANA HEI, HOSANA HA

HOSANA HEI, HOSANA HEI

HOSANA HA (BIS)

ELE É O SANTO ELE É O FILHO DE MARIA

ELE É O DEUS DE ISRAEL, ELE É O FILHO DE DAVI

SANTO É O SEU NOME É O SENHOR DEUS DO UNIVERSO

GLÓRIA A DEUS DE ISRAEL NOSSO REI E SALVADOR.”

Além da beleza da música, me emocionou mais ainda ver os fiéis, agitando alegremente e com entusiasmo, ramos verdes. Senti-me transportado para o local onde Jesus se encontrava, naquele tempo. O rei do Universo, maior autoridade de todos os tempos, o Rei dos reis, humildemente montado em um jumentinho... Parece uma contradição: Um Rei e um jumentinho. Veio-me à mente o que já ouvira várias vezes. Quem era o rei que estava ali? O simples homem que “... quis assumir o rosto daqueles que têm fome e sede, dos estrangeiros, dos que estão nus, doentes ou presos… enfim, de todas as pessoas que sofrem...”

“E Ele vem, mas não como um revolucionário político, o libertador efêmero, e sim, como grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, “não se apoia na violência, não começa uma insurreição militar contra Roma”, mas vem como “servo sofredor”, cujo “poder é de caráter diferente; é na pobreza de Deus, na paz de Deus que Ele individualiza o único poder salvador” (Ratzinger, 2011, p. 18).

Quero chamar a atenção, também, para um pequeno trecho deste evangelho, quando Jesus disse: “Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! Se alguém vos disser alguma coisa, direis: ‘O Senhor precisa deles’, mas logo os devolverá’”.

Enquanto os monarcas de outrora eram transportados em carruagens suntuosas e os monarcas ou dirigentes atuais usam transportes modernos, aviões, limousines, o Cristo, simplesmente Ele, montou em um jumentinho e recebeu os aplausos daquele povo que estava ansioso por justiça e compaixão.

Mais uma vez, diante da mensagem evangélica, tive a oportunidade de refletir sobre a humildade. Quando Jesus, o filho de Deus, entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, tornou-se óbvia a declaração pública de que Ele não era apenas o Messias prometido, mas também o rei prometido de Israel. Esse gesto de simplicidade do Cristo estava de acordo com os escritos de profecias bíblicas.

Terminada a missa, meus dedos e meu coração se entusiasmaram e me deram ordem para que eu pudesse compartilhar com meus leitores este momento tão importante para os católicos e de grande significado para mim.

LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA
Enviado por LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA em 24/03/2024
Reeditado em 13/04/2024
Código do texto: T8026898
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