PRISÃO PERPÉTUA

Francisco de Paula Melo Aguiar

A esperança é a única coisa boa existente na "caixa" de Pandora, porém, continua presa.

Sim! Porque tudo foi liberado de uma só vez e por Pandora à brasileira, também não é diferente, assim como o mito bíblico de Eva que seduziu a Adão a comer a "maçã" no Jardim do Éden, descrito no livro Gênesis 13:10 e no livro de Ezequiel 31.

A curiosidade compulsiva de Pandora vai mais longe do que aconteceu com o mito da literatura grega que os livros antigos nos ensinam.

E assim nos conta a lenda que Epimeteu pediu a sua esposa Pandora para não abrir a "caixa", ela desobedeceu e abriu a caixa e liberou os desentendimentos, as guerras, as doença, a corrupção, o analfabetismo, a insegurança, etc. E quando tentou prender tudo novamente na "caixa", Pandora só conseguiu prender a esperança do povo.

Assim a esperança teve e tem que continuar a cumprir a prisão perpétua...

Isto mesmo, na Pandora à brasileira, a esperança do povo, assim como na realidade mitológica grega, continua presa, dando lugar aos horrores das reformas estruturantes do Estado imperando contra tudo e contra todos, que suas reformas não sai do lugar, porque o "leão" das receitas: federal, estadual e municipal, é faminto de mais, faz, cobra e executa, os preços públicos de seus impostos e taxas sobre bens e serviços dos contribuintes presos e de bocas fechadas, porque não adianta falar mesmo, uma vez que os representantes políticos nas casas legislativas, fecham os olhos e tapam os ouvidos para não ouvir e nem ver o clamor nacional daqueles e daquelas que pagam tudo embutidos nos impostos diretos e indiretos, assim como pagam os salários e mordomias dos ocupantes dos cargos nos três níveis da administração pública nos três poderes: executivo, legislativo e judiciário.

E assim, "engolimos avidamente qualquer mentira que nos lisonjeia", segundo o pensamento filósofo e escritor francês Denis Diderot (1713-1784).

Dos recursos judiciais e extrajudiciais intermináveis de nosso tempo, infelizmente "todo homem nasce original e morre plágio ", no dizer do desenhista, humorista, dramaturgo escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro Millôr Fernandes (1923-2012).

E a esperança do povo continua presa na masmorra da caixa de Pandora à brasileira, onde compramos por exemplo, um automóvel, pagamos todos os impostos e ficamos "consorciados" do Brasil para pagar a renovação anual do emplacamento do referido transporte.

Que esperança ou sonho de futuro pode ter o doente do corpo e da alma que ao procurar o SUS- Sistema Único de Saúde, fica na fila esperando a liberação de uma ordem para fazer um exame ou uma cirurgia de urgência, que muitas vezes é a última oportunidade que tem antes de morrer?

Morre na fila, porque o Estado já recebeu o pagamento antecipado e não sabe onde está o dinheiro para comprar o lápis para assinar a liberação da ordem de internação e cirurgia do paciente doente e sabe que seus dias de vida estão contados como conta-gotas furada em frasco quebrado e vazio de tudo, inclusive da esperança que continua presa e não tem um só juiz que determine a prisão da corrupção, das doenças, do analfabetismo, do mosquito da dengue, da Covid 19, etc, da segurança pública, da educação que cria tudo novo no papel e de novo só tem o nome, porque a realidade é outra e interessa a quem não se sabe onde se quer chegar, porque, o alunado da escola pública não tem os elementos mínimos estruturantes diante da falta de recursos de seus familiares, enquanto, os governos: federal, estadual e municipal, procuram massificar via mídias sociais que têm o melhor sistema de ensino do mundo.

E cadê os hospitais, etc, para atender os contribuintes...

A esperança continua presa na caixa de Pandora à brasileira, e que com certeza vai ser bem alimentada de "ilusão" durante os discursos ou falas do período eleitoral municipal do corrente.

Ameaças de revisão interminável do CadÚnico , usado como instrumento de intimidação a seus usuários em período eleitoral .

A sentença da liberdade da esperança que é a última que morre só acontece no imaginário popular, diante da manipulação das ideologias e do proselitismo de plantão que não são de esquerda, de direita e nem de centro de quaisquer espécie, porque a politicagem substituiu a política do bem-estar da população, desde a expulsão de Adão e Eva do Paraíso.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 27/03/2024
Reeditado em 27/03/2024
Código do texto: T8028709
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