Bailarina anônima

Ela voava em seus pés de bailarina não treinados dentro do seu quarto parcialmente iluminado.

Olhava para os vídeos de bailarinas na tela de seu computador e tentava imitar suas coreografias.

Tentava se sustentar em seus pés que nunca sentiram uma sapatilha de bailarina, e girava ao entorno do seu próprio corpo delgado de forma harmoniosa e singela. Dançava como se já tivesse ensaiado em um estúdio profissional, era um daqueles talentos não revelados ao mundo, que brilhava dentro de quatro paredes.

A música que saia da sua caixinha de som era como um vel plumado, que a suspendia nas pontas dos pés... ela era um cisne, uma cinderela secreta, um talento guardado numa caixinha dentro de uma casa em plena selva de pedra.

Suane Cruz
Enviado por Suane Cruz em 30/03/2024
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