As gotículas que escorrem na vidraça

No auge do silencio os pipocos das gotículas na vidraça escorrendo faz lembrar o choro desesperado daquelas crianças inocente abandonada nas ruas. De uma mãe ouvindo os gritos ecoando pedindo algo que não tem nada que possa acalentar a malvada fome que lentamente está tirando seu filho dos seus braços, ou então outro choro abafado, sufocado, de alguém que fica no portão esperando as migalhas da bondade que vieste abrir e acolher daquela noite fria que enfrenta um inverno rigoroso sem piedade. Porém a continua gotas simbolizavam no retrospecto de um idoso solitário com os olhos marejados de um capricho destino onde tudo ou quase tudo foi tirado de seu alcance, e vive de um passado como alguém que esta preso sem nunca de praticado o crime que outrora nem se que existiu. Levanta-se apaga a luz e vai arrastando os pés até seu quarto antes de adormecer um relâmpago clareia sua alcova, um trovão quebra o silêncio e puxa o lençol cobrindo a cabeça tentando esquecer o passado que ao lembrar elas amplificam suas dores e as saudades viram punhais que corta sua carne sem anestesia.

Jova
Enviado por Jova em 01/04/2024
Reeditado em 01/04/2024
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