Estava assistindo um filme e um pesonagem , em um certo momento, fez a seguinte pergunta a outro: como a gente sabe que ama? O outro ficou calado por alguns segundos e respondeu: Éuma pergunta difícil. Não sei. Realmente, é uma pergunta que nos faz refletir. Mas antes de responder vamos dissecar aqui as maneiras que amamos ou como vemos a pessoa amada e principalmente como idealizamos quem amamos. Como saber se é amor ou apenas carência ou medo de ficar sozinho? Ou é um conjunto de tudo isso? Existem vários tipos de amor? Cada um tem uma maneira de amar? É de enlouquecer,  não é mesmo? A verdade é que nunca sabemos, ou não queremos saber, por que amamos, apenas amamos e desejamos o "felizes para sempre"  ao nosso amor. Ah, a idolatria que nos cega e nos emburrece ao ponto de esquecermos completamente a razão. Queremos o amor infinito e ignoramos o fato de que a razão uma hora chega e nos mostra a finitude e a fragilidade do não eterno.

          O amor é poderoso, sorrateiro, inconsequente, dominador e não nos dar a menor chance de escolher quem queremos amar. Ele simplesmente escolhe. Sabe aquele príncipe encantado ou aquela cinderela que esperamos aparecer em nossas vidas? Pois é. Não existe. Ninguém vai ser exatamente como idealizamos, porque ninguém é perfeito e temos uma enorme dificuldade de aceitar as imperfeições de quem amamos. Idolatrar o amor nos impede de amar com menos romantismo e mais razão. No dia que o amor e a razão andarem juntos , relacionamentos serão mais  fortes, mais longevos e as desilusões serão menores. Temos que abrir mão do romantismo? Claro que não. O romantismo é o adubo do amor. Talvez a solução seja entendermos que  a pessoa amada não cabe no pedestal que a colocamos e nós não cabemos no que ela nos coloca. Nós não cabemos em pedestal nenhum porque não somos perfeitos e uma hora vamos errar.

          Voltando a pergunta feita no inicio, a melhor resposta que me vem à cabeça é que eu sei sim quando estou amando. Essa certeza vem de dentro de mim e se manifesta às vezes nos mínimos detalhes: a pessoa fazendo o café da manhã, arrumando a casa todo desarrumado, um sorriso lindo ao rir de uma piada idiota que eu contei, indo a padaria comigo de mãos dadas ou apenas quando observo ele dormir. Ao olhar essa pessoa fazendo simples tarefas em um dia ordináriamente comum, tenho a certeza que quero passar o resto da minha vida  ao seu lado.

José Raimundo Marques
Enviado por José Raimundo Marques em 03/04/2024
Reeditado em 03/04/2024
Código do texto: T8034174
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