Porta-retrato

Porta-retrato

Nascer, estar sobre a dependência de sua mãe;

Dar os primeiros passos, cair, ralar os joelhos, fixar ao chão e continuar caminhando;

Sonhar que crescia, gritar que bicho papão vem vindo pegar a menina respondona;

Ah!! Dias nublado, frio ardente, o córrego travestido de cisne;

A menina frágil, de mãozinhas agitadas, querendo uma explicação: Como um cisne foi parar ali, naquele córrego asqueroso?

Ele inerte em sua plenitude, deslizava sobre as águas sujas e como num passe de mágica desapareceu;

A menina em suas lembranças, mantinha em seu porta-retrato, o cisne que aparecia nos livros da escola e se divertia no córrego próximo a sua casa;

Ah!! A escola era maravilhosa, a professora doce, cuidadosa, pegava as mãozinhas e fazia traços virarem realidade;

Toda quarta, todos se enfileravam no pátio e cantavam o hino nacional, a bandeira asteada passava a ideia de extremo patriotismo, era um momento de orgulho, que se enquadrou em outro porta-retrato;

A menina cresceu, estudou, foi trabalhar;

Outra vez um porta-retrato se formou, enquadrou uma vida de rotina e correrias, até tropeçar no amor e uma nova realidade nascer e constituir vários momentos;

Maria Mata
Enviado por Maria Mata em 04/04/2024
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