The Best

Era no palco que o milagre acontecia... o bem sobrepujava o mal, a alegria espantava a dor, a fé dissipava o medo e a "força avassaladora da natureza", com toda a sua grandiosidade e esplendor, mostrava a que veio.

Sua presença majestosa, sua aparência exótica, sua perfomance enérgica e cativante, seu carisma magnético e sua relevância do corpo e da sensualidade despertavam os mais ocultos sentimentos e sonhos de primavera.

Minivestidos brilhantes, jeans desbotados, pernas longas e esguias, a voz potente e pujante, o jeito eletrizante de dançar, meias de rede, brincos de gota, saltos vertiginosos, blusão de ganga- quanto mais coçado melhor e claro: a "inconfundível cabeleira empoderada", sempre muito volumosa, arrepiada e repleta de luzes para iluminar os fios compunham o seu look icônico e provocador.

Era uma pantera negra prestes a dar o bote. Um cavalo de corrida pronto para disparar no portão de largada. Um barril de pólvora na iminência de explodir. Misto de mulher e deusa, de claridade e mistério, de sagrado e profano, passou por todas as metamorfoses da vida, desabrochou e atingiu o ápice absoluto da perfeição!

Logo se deu conta, ao longo de sua jornada inspiradora, de que a "resiliência absoluta" seria uma constante em seu dia a dia. E para garantir a sua sobrevivência, teria que deixar vir à tona a força inabalável que existia dentro de si. Sua história não teve o glamour e o romantismo pregados pelos contos de fadas, muito pelo contrário, foi" regada a sangue, suor e lágrimas"!

E foi assim, perambulando pelo inferno e pelo purgatório que encontrou um lugar para chamar de seu. O mundo, definitivamente, rendeu-se ao seu talento excepcional! "What's Love Got to Do With It", fez da mulher sofrida, judiada e maltratada, aos 44 anos, a artista negra mais velha a emplacar uma música no primeiro lugar da Billboard.

Tinha um sonho audacioso: lotar estádios ao redor do mundo. Ela queria se tornar a primeira mulher negra da história a conseguir esse feito. E de fato, conseguiu! No dia 16 de janeiro de 1988, no estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, a rainha do Rock'n Rol estabeleceu um marco no Guinness World Records de maior público em um show solo em terras brasileiras.

Até a bonequinha Barbie bonitinha e "politicamente correta" , xodó do mundo dito civilizado, teve que baixar a guarda e lhe prestar homenagem, editando em 2022 uma versão especial com a sua cara e o seu jeito estiloso de ser.

Sinônimo de luta, coragem e superação, renasceu como uma fênix, no mínimo, mil vezes! Tudo isso eraTina Turner! Simplesmente, The Best! "Eu permaneci no caminho do começo ao fim, porque acreditei em algo dentro de mim que me disse que o sol um dia iria brilhar". Tina Turner