A vida alheia

Por que o ser humano nunca está satisfeito com a vida alheia? As pessoas buscam informações, fazem perguntas sobre a vida do outro, que na verdade não acrescentam nada em suas próprias vidas, a não ser, matar a curiosidade que as consomem. Só para citar alguns exemplos:

Se alguém termina um curso superior e não começa a trabalhar imediatamente, chovem comentários: Por que você ainda não arrumou um emprego? Como andam os concursos? Não sei para que passar tanto tempo estudando, se não consegue atuar na área. Diploma hoje em dia não serve de nada...

No caso da pessoa solteira, as interrogações vão mudando de fase. Se a criatura não tem namorado(a), o povo quer saber por que não arranja um(a). Então encontra-se o dito cujo(a) e os questionamentos agora são em torno de quando vai ser o casamento, porque já faz dois, cinco, dez anos que namoram e está no tempo.

Enfim, chega o dia tão esperado e ai de você, se não providenciar um filho logo nos primeiros meses, pois se passar de um ano e essa criança não aparecer, as perguntas serão: quando vem o herdeiro? Vocês não querem? Estão evitando?

E não pense que com a chegada do primogênito você ficará livre, porque tem sempre um ou outro que quer saber quando virá o segundo, porque só um filho não é bom, quem tem um, não tem nem um, e por aí vai.

Vale lembrar, que nem todas as pessoas trabalham em sua área de formação e são felizes. Nem todas casam, nem todas têm filhos, existem casais que optam por isso e está tudo bem. Porém, há também aquelas que lutam pela ascensão profissional, que desejam ser pais e mães e por algum motivo, ainda não conseguiram. E ao serem interpeladas frequentemente, ficam tristes, ansiosas e com a autoestima baixa.

Afinal de contas, cada um tem seus próprios problemas para cuidar e ninguém precisa saber o que acontece na vida do outro.