Um período de trégua, mas ruim...

Parecia tudo muito perfeito naquele dia. Café com pão torrado, preparado com muito carinho pela vovó Lála. Dia de sol e com meu pai em casa, coisa rara. Ele se candidatara a nos levar, eu e meu irmão à escola, não era longe, apenas uns 5 minutos a pé. Lá fomos nós, com o fichário repleto de livros, uma bolsa à tiracolo e uma lancheira. Eu estava no 3º ano do antigo primário. Não gostava muito da professora, pois ela era muito agressiva, e não gostava de repetir nada que já tivesse explicado.

A caminho da escola, percebi de repente que meus dedos da mão estavam bem estufados, gordinhos, e não conseguia fechar totalmente as mãos. Comentei com meu pai, e ele parou a nossa caminhada, pediu para ver o que estaria acontecendo, e mais detidamente olhando minhas mãos, me perguntou se eu havia urinado naquela manhã. Foi então que percebi não ter feito nada, naquela manhã. Respondi a ele que não havia urinado.

De imediato, mudamos nosso caminho, e fomos para o Hospital da Caixa Beneficente da Guarda Civil. Esse hospital ficava na Rua Santa Cruz, bem próximo da escola que estudávamos.

No hospital, ele se identificou na portaria e eu e meu irmão Totai, ficamos esperando sentados na recepção daquele lugar.

O cheiro do lugar era característico, mertiolate e álcool, misturados com éter, aquilo me dava náuseas.

Não demorou muito, e fui chamado para consulta. Entramos eu, meu pai e meu irmão.

O médico era muito atencioso, de pronto perguntou quem seria o paciente, e, passou a proceder os exames. Perguntou quantas vezes eu teria urinado naquele dia, e também no dia anterior. Foi daí que me dei conta que não urinava havia mais de dois dias. Relatei isso ao médico. De imediato, ele determinou minha internação.

Meu pai corria com a papelada na recepção, enquanto enfermeiras me conduziam em cadeira de rodas para o quarto, no 5º andar do prédio. O cheiro lá dentro, era mais acentuado, e eu me sentia mal, com um pouco de tontura e náuseas.

No quarto, elas me despiram e colocaram uma espécie de camisola, mas era aberta na parte de trás, achei tudo muito estranho. A determinação delas foi para que eu ficasse deitado e não saísse da cama, nem para ir ao banheiro. Teria que tocar a campainha e pedir para que viesse alguém, antes de ir ao banheiro. Mas isso não era problema, pois não tinha vontade de fazer nada, só estava muito tonto, e o quarto girava feito os brinquedos do parque de diversões. A náusea era muito forte, e nem conseguia falar, parecia que tudo ao meu redor, girava à minha volta. Fechava os olhos, e o giro não parava de jeito nenhum.

Meu pai subiu ao quarto, sozinho, provavelmente o Totai ficou na recepção. Ele estaria impedido de subir por causa da idade.

Quando meu pai se aproximou da cama, sua imagem estava bem distorcida, e ele rodava junto com o quarto. Falei pra ele sobre o que sentia, e ele acionou a campainha. De pronto, uma enfermeira apareceu e em conversa com meu pai, ela saiu, e logo estava em meu quarto uma porção de gente de branco. Não conseguia identificá-los, para mim eram todos médicos e enfermeiros.

Um deles colocou em meu braço um aparelho para medir a pressão arterial. Depois do apertão no braço, e o alívio quase instantâneo, ouvi ele dizer que estava 23 por 12, e o som do espanto ficou gravado em minha cabeça, um tremendo e longo ohhhh!

De imediato providenciaram um comprimidinho pequenino, azul, e me deram com um copinho d’água (descartável). Tomei o comprimido e passados uns 10 minutos ou menos, não me recordo ao certo, o quarto parou de girar, as coisas pararam de correr à minha volta, a imagem do meu pai ficou mais nítida. Foi daí que ele me alertou sobre o que eu tinha, era nefrite. Não sabia o que significava aquele mal, e ele me explicou antes que eu o questionasse a respeito, pois tinha muita curiosidade das coisas e sempre que podia, o crivava de perguntas. Posso dizer que quando dava para conversar com meu pai, ele sempre explicava muito bem sobre os assuntos que eu buscava saber, nesse ponto era um cara bem antenado, bem informado e uma característica interessante é que ele lia bastante, bons livros, e os colecionava, enfim, era um cara bem informado, não posso deixar de observar essas qualidades nele.

Naquele mesmo dia, já à tardinha, minha tia Laide, esteve me visitando. Ela era sobrinha da minha avó Lála, uma outra Lála também, e gostava um bocado de mim. Lembro-me bem dela, chorando e me abraçando bem forte. Dizia que logo eu iria me curar e sair daquele lugar. Confesso que fiquei um pouco ressabiado com aquilo tudo. Olhava pela janela, e podia ver os carros na avenida, as pessoas passando pra lá e pra cá, e eu ali, prostrado e sem nenhuma ideia do que eu tinha. Não sentia dor nenhuma, apenas uma leve tonteira, e o inchaço que aumentava. Minha cara estava ficando redonda, minhas mãos enormes, meus pés muito inchados também. Essa característica muito me assustava. Minha avó permaneceu comigo aquela noite toda.

Já pela manhã, acordei e logo me foi oferecido um chá mate e bolachinhas de água, sem sal, eram bastante sem graça. Logo fiquei sabendo que não poderia comer normalmente. Teria que seguir uma dieta brava, tudo sem sal, sem gordura e não podiam ser ácidos. Não poderia comer mais nada normalmente. Meus rins estavam comprometidos pela nefrite grave. Não podia nem sair da cama, pois qualquer esforço físico poderia me levar a óbito. Os rins estavam repletos de ureia e se derramassem no sangue, eu iria morrer, seria o fim. O remédio era obedecer, e ficar quietinho, na cama, sem esforço físico nenhum.

Essas informações foi o que pude colher de fragmentos das conversas que começavam no quarto e terminavam fora dele, todavia era assustador.

Minha avó me avisou que minha mãe estava por lá, e ela, teria que sair para que minha mãe pudesse subir. Fiquei muito triste, mas era isso, e não havia outra maneira, a não ser aceitar.

Eu, não desejava ver minha mãe, mas de repente ela abriu a porta do quarto, entrou e foi logo dizendo:

- Isso não é nada, logo passa.

Não entendi nada, mas também, não fazia diferença.

Em dado momento a enfermeira entrou com uma caixa de inox nas mãos. Logo imaginei que iria ser espetado. E foi isso mesmo, ela preparou a seringa de vidro, colocou a agulha e foi misturando um líquido a um pozinho em outro vidro, sempre chacoalhando muito.

- Vamos tomar uma injeção no bumbum, vire-se e encolha a perninha. Me dê licença senhora...

Eu, sem reação contrária, virei-me na cama, e pronto, fui espetado pela agulha da linda moça de branco. Doeu um pouquinho, mas eu era o “Super-homem”, e não poderia fazer feio né?

Quando o líquido começou a entrar no meu traseiro, foi excessivamente doloroso. Não contive as lágrimas, e passei a gritar com a boca enterrada no travesseiro. Não foi fácil! Era uma injeção de penicilina, super dolorosa. Hoje chamada de “bezentacil”, talvez a mais temida, quem já a tomou sabe bem o quanto dói.

Após a espetada dolorosa, a mocinha de branco se foi. Fiquei ali, prostrado e com uma super dor no bumbum. Aquilo serviu para estragar o dia.

Minha mãe, permaneceu fria e com a cara amarrada me olhando. Falou que eu não tinha mais nada pra inventar... Não entendi nada. Ficou por mais ou menos uma hora, e logo minha avó, lá estava. Ela se foi e antes de sair falou:

- Veja se sai logo daí pra apanhar, viu?!

Acho que ela estava brincando, só podia...

Minha avó entrou logo em seguida à saída dela. Trazia uma garrafa de chá de folha de abacate, com uma leve doçura. Ela dizia que aquele chá me faria urinar, pois já estava sem urinar havia uns três para quatro dias. Teria que urinar, pois era muito perigoso ficar com a urina armazenada nos rins.

O médico apareceu de repente, e minha avó escondeu a garrafa de chá. Vi tudo, mas fiquei bem quietinho.

O médico me examinou, mediu a pressão arterial, e ficou bem preocupado. Comentou com minha avó sobre a minha pressão que estava muito alta. Puxou-a para fora do quarto e conversaram por alguns minutos. Logo a vovó Lála estava de volta. Sentou-se ao pé da cama, pegou a garrafa de chá, encheu um copo plástico descartável, e me deu para beber. Foi bem determinada, e pediu para que eu bebesse tudo, pois aquilo iria fazer com que eu urinasse, assim que o chá fizesse efeito. Bebi tudo, e ainda pedi mais, mas ela negou, e falou que depois do almoço me daria novamente.

A porta do quarto se abriu, e uma senhora de uniforme azul entrou com vasilhas do tipo panelas de aço inox, nas mãos. Era o almoço. Finalmente iria comer alguma coisa. Abri as panelas rapidamente, e fiquei bem decepcionado. Era um creme de legumes, sem sal, sem gordura, e escuro, quase marrom, mais parecia uma caca tirada da fralda de um bebê. Não tinha sabor de nada! Parecia ter sido feito com papelão moído. Mas teria que comer tudo. Também tinha uma gelatina amarela, era a sobremesa. O remédio era comer tudo, e rezar para urinar logo.

Depois do almoço, fiquei meio confuso, pois estava tomando vários comprimidos antibióticos, e também um que regulava a pressão arterial. Os remédios me causavam vários sintomas desagradáveis, e eu, caía no sono facilmente.

Acordei umas 18h00, e pude notar a presença de um colega de meu pai, meu pai, minha avó e meu avô, que me trouxera doces de abóbora. Isso eu podia comer.

Meu avô me deu um grande abraço e afagou meus cabelos por algum tempo. Falou que queria me ver na rua, jogando bola, correndo, como sempre me viu, que aquela cama era só para descansar por um tempinho, logo sairia dela. Ele era muito animador, sempre otimista, um bom homem.

Meu pai me deu um abraço e falou que teria que trabalhar, estaria de plantão até o dia seguinte. Saiu e em seu lugar, minha tia Laide e sua irmã, tia Olga, entraram no quarto. Gostei muito de vê-las, elas me trouxeram balas e bombons. Eram muito simpáticas e sorridentes, não eram tias, eram sobrinhas de minha avó Lála, filhas de minha tia avó Hermínia, irmã da vovó Lála. Ficaram por alguns minutos, e a tia Laide chorou bastante, sempre disfarçando, mas eu percebi. Logo foram embora, e notei que minha mãe não tinha aparecido. Perguntei para a vovó se ela teria vindo quando eu dormia, mas ela disfarçou e não respondeu. Logo soube que ela não teria vindo me ver, aquilo me deixou muito triste.

De repente, me deu uma vontade imensa de urinar. A enfermeira foi chamada, e logo veio com um vidro grande para que eu urinasse nele. Um, não bastou, foram três vidros. Todos foram lacrados e levados para exames.

Depois de tomar um chá de erva doce, com as bolachas sem sal (o jantar), me trouxeram uns três comprimidos. Após tomá-los, caí no sono. Minha avó não saía do meu lado, sempre o meu anjo protetor.

No dia seguinte, acordei com a agulhada, extremamente dolorida, da injeção de penicilina. Era como se enfiassem um objeto cortante e quente no glúteo. Aquilo queimava muito, mas tinha que aguentar, pois era para a minha cura.

Chá da manhã, servido, depois da terrível agulhada no traseiro. Depois do chá, comprimidos e mais comprimidos. Tudo para combater uma infecção renal grave que havia se instalado nos meus rins.

Alguns professores estiveram por lá, e me senti muito satisfeito com suas visitas. Até mesmo a diretora da escola foi me ver. Era um bom aluno, respeitador e sempre atencioso com todos na escola. Havia por lá, uma senhora chamada “Corina”, que cuidava das merendas. Essa senhora também foi me visitar, o que me trouxe muita felicidade. Acho que a felicidade é um grande remédio para cura de qualquer mal.

O dia passou rápido. Minha avó, sempre, cuidando de mim. Me ajudava no banho, me confortava com suas histórias de infância no sítio do pai dela, em Itapeva. Compartilhava comigo suas lembranças, e, a saudade que trazia guardada em seu coração. Tudo ajudava a viajar, a sair um pouco daquele ambiente, que tinha um cheiro característico de hospital, afinal, era um quarto de hospital, não podia querer outra coisa...

Depois de uma noite meio atormentada pelas enfermeiras, que me acordavam duas vezes para tomar a medicação, tudo era igual, todos os dias.

Pela manhã, injetável no traseiro, e uma dor infernal, que durava mais de hora para chegar o alívio. Depois de tomar o chá, cada dia de uma erva diferente, com bolachinhas sem sal, mais remédios via oral. Mas não podia reclamar, era muito bem assistido pela enfermagem, todos gentis e atenciosos.

Visitas eram muito bem vindas, porém, depois de uns quatro dias, era minha avó, meu pai passava rapidamente quando podia, e minha mãe, essa ia algumas horinhas dia sim, dia não. Quem mais ficava me assistindo era a vovó Lála.

Depois de uns 10 dias, recebi a notícia que esperava. O médico passou pela manhã, e comunicou minha avó, que eu estaria liberado. Foi uma alegria ouvir que iria para casa.

Tudo arrumado, precisava da presença de minha mãe, ou de meu pai, para formalizar a saída, a tal de alta, mas seria com a condição de continuar o repouso e tomando os remédios. Deveria comparecer ao ambulatório todos os meses para acompanhamento médico. A doença ainda existia, e teria de ser observado constantemente. Como o hospital era bem próximo de casa, então o médico resolveu que poderia dar continuidade ao tratamento em casa. Sempre com todas as restrições, essas iriam me acompanhar por longo período.

Quanto à escola, deveria fazer as lições em casa, e sempre que possível, receber orientações, tudo em casa, na cama, sem correrias, sem brincadeiras, sem rua.

Também não poderia ser espancado, e isso foi colocado claramente pelo médico, pois ele havia obtido a informação em conversa com minha avó, que fora confirmada por mim. Portanto, era tempo de trégua, deveria ser poupado das atrocidades praticadas pela minha mãe. Dei graças a Deus. Nessa época, já tinha frequentado a escola dominical na Igreja Metodista, eu orava a Deus, e pedia constantemente, que me curasse daquele mal.

A alta médica veio pela manhã, bem cedo, mas somente consegui sair e ir para casa depois do meio dia, quando meu pai foi até o hospital me buscar, e fomos de viatura para casa. Lá, eu fui colocado na cama do quarto de minha mãe. Estranhei um bocado, pois era raríssimo entrar naquele lugar, quanto mais deitar na cama dela. Fiquei por lá, aguardando por algumas horas, e logo fui relocado para a sala, no espaço que ficava embaixo da escadaria. Era um vão perdido, mas que serviria de quartinho, onde sempre ficávamos brincando, agora, seria o meu cantinho; gostei muito daquilo.

Passado algumas horas, comecei a me sentir ansioso, pois dava para ver meus irmãos pra lá e pra cá, mas eu não podia sair da cama. Então, comecei a ler um livro, viajar em suas páginas que guardavam aventuras, era uma obra intitulada “Três escoteiros em férias no Rio Paraguai”. Acho que li e reli várias vezes, pois cada vez que eu lia, viajava mais e mais, e a ansiedade se dissolveu de vez.

Fazia minhas lições, mantinha toda a matéria em dia. Iria para o quarto ano com louvor.

Depois de inúmeras espetadas no traseiro, dos dois lados, e muitas caixas de remédios, passados mais de três meses, fui levado ao ambulatório do hospital. Tiraram algumas ampolas de sangue, e levei um galão cheio de urina das últimas 24 horas, foi constatado que havia vencido a tal de “Nefrite”. Já poderia começar a comer as comidas normais, sem exagerar, óbvio.

Minha avó me abraçou forte, e comentou sobre o meu peso. Estava pesando 31 quilos, com quase 10 anos de idade, e isso era muito ruim, mas logo iria me recuperar.

Voltamos para casa, e Totai, que estava junto, ficou muito feliz, e já combinávamos as brincadeiras no quintal.

Minha avó e minha mãe caminhavam juntas, e aquilo era inédito, e muito bom.

Nós, eu e meu irmão, andávamos à frente, e podíamos ver que elas conversavam, era um verdadeiro milagre.

A trégua das terríveis surras, estava de pé, isso era muito bom. Questionei meu irmão sobre o assunto, e ele só balançou a cabeça como quem concorda, sinalizando aprovação. Realmente ela, minha mãe, havia parado um pouco com os ataques de espancamento. Talvez, a minha frágil condição tivesse contribuído para que aquilo a transformasse, estaríamos finalmente livres das porradas e cacetadas, só poderia ser uma benção de Deus.

Minha avó fazia de tudo para que eu comece bem, tomasse as vitaminas, mas as injeções, essas, eu não havia me livrado, ainda. Todos os dias, ao despertar, a primeira coisa que a vovó fazia, era aplicar a dolorida penicilina. Remédios também faziam parte do meu café da manhã, agora café com leite, pão com manteiga queimadinho, suco de laranja, frutas. Parecia que tudo tinha voltado ao normal. O que mais me assustava era o fato de minha mãe voltar a ser a maluca de sempre. Isso era assustador!

Minha avó fazia de um, tudo para me ajudar a ganhar peso, a ficar mais saudável. Tinha muita preocupação, pois ela, certa época, teve nefrite também, e sabia o quanto era perigosa essa doença que atacava os rins. Ela havia me contado que a doença a pegou em situação bem delicada, na época que ela estaria grávida, com minha mãe em seu ventre. Os cuidados teriam que ser bem acentuados, principalmente na alimentação em relação ao sal, pois segundo o médico, esse era um vilão frequente contra os rins.

A trégua continuava, e minha casa parecia outra.

Apesar de minha mãe continuar internada em seu quarto, saindo só de vez em quando, não havia mais o clima de medo desenfreado. Brincávamos com nossos jogos, assistíamos os seriados na TV, e entrávamos e saíamos de casa sem problemas com ela.

Meu avô aparecia de vez em quando, e nos levava para a mercearia do Sr. Martins, onde comprávamos doces diversos, e fazíamos um lanche com ele. Era salaminho com queijo no pãozinho francês bem fresquinho, e com guaraná da “Antarctica”, bem gelado. Isso era muito bom! Inesquecível!

Totalmente curado, agora já me preparando para as provas finais, finalmente iria para o 4º ano primário. Vida que seguia, ainda em período de trégua total.

Claudio Falcão
Enviado por Claudio Falcão em 10/04/2024
Código do texto: T8038366
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