VICE-VERSA

Francisco de Paula Melo Aguiar

Toda e qualquer "união" contratual tem direitos e deveres que impõe obrigações itinerantes e que envolvem às partes a cumprir e a dá cumprimento.

Tanto é que "nunca conheci um homem que me desse tantos problemas quanto eu", no dizer do filósofo Dwigth L. Moody).

Na maior democracia do mundo que é em tese os Estados Unidos da América não existe o instituto da saidinha de presidiários.

Vamos começar pela união conjugal que nem sempre é formal via o casamento, pode ser de fato, via qualquer arranjo familiar, à luz do direito ou à revelia, porém, com a aceitação das partes envolvidas, porque ninguém obriga ninguém a ser ou deixar de ser como é, mesmo praticando crimes inominados.

Só muda de opinião ou não, quem quer mudar.

Assim também são as pessoas, pois, não é fácil mudar por exemplo, o " modus faciendi " do drogado lícito ou ilícito. E ainda que por analogia não é diferente mudar a vida do ladrão que não quer deixar de roubar.

Não é diferente ao criminoso de quaisquer naipe e classe social.

Homicídios, feminicídios, latrocínios, sequestros, assaltos, etc, são praticados todos os dias.

O crime não existe sem o criminoso. Ambos são irmãos univitelinos.

Tudo é questão de escolhas da vontade humana.

É pura ilusão dizer o contrário, aqui e acolá se ouve falar em crimes e ameaças envolvendo casais heterossexuais ou homossexuais da alta sociedade, assim como acontece com a população de baixa renda. A diferença é que a imprensa "marrom" só dar publicidade com adjetivos desqualificativos quando às partes são pobres e de famílias não tradicionais e sem poder político e social.

Aí o trem sai da linha.

A dignidade da pessoa humana, por exemplo, usada pelo presidente da República para manter a saída de presidiários para visitar suas famílias em datas importantes. significa dizer que as vítimas e suas famílias têm culpa pelos crimes que eles presidiários praticaram.

Infelizmente o vice e versa , aí não existe, a lei é feita para beneficiar os vivos e aos mortos, não, esquece quem assim pensa que a cadeia fechada para criminosos de qualquer naipe social é o "vice-versa" para ambos ou seja, para o criminoso e para o morto, em ambos os casos a cova ou sepultura está para o morto, assim como a prisão em regime fechado ou não, está para o criminoso ou fora da lei.

Infelizmente a farra da saidinha de presos no Brasil, segundo os noticiários nacionais e internacionais, 40% (quarenta por cento) dos presidiários brasileiros que saem para passar feriados fora das cadeias não voltam.

É tempo de acabar com a ideia de invocar direitos humanos para beneficiar criminosos de quaisquer espécies porque suas vítimas não têm como serem beneficiados mais, onde fica o vice-versa de que todos são iguais perante a lei?

Agora o caso das saidinhas dos presidiários que recebeu o veto salvador do chefe da nação, só será derrubado se assim o Congresso Nacional ou seja, se os deputados e os senadores quiserem derrubar, vamos esperar o poder do vice-versa do órgão legislativo nacional.

Diante disto se presume que "as dores ligeiras exprimem-se; as grandes dores são mudas" segundo nos ensina o filósofo Sêneca.

E o "vice": continua a substituir o "versa" em versos e em prosas no mundo de máscaras ou simulação do certo ou do errado ou do justo e do injusto na Terra dos homens.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 12/04/2024
Reeditado em 12/04/2024
Código do texto: T8039890
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