DESPREZO ENTRE OS HOMENS

Francisco de Paula Melo Aguiar

Os homens desprezam os homens.

Isto é fato, salvo raras exceções.

Assim sendo. o matemático, teórico político e filósofo inglês Thomas Hobbes, nascido em 5 de abril de 1588 e falecido em 4 de dezembro de 1679, em "Leviatã", publicado em 1651, na parte 1, capítulo 3, menciona as principais causas de discórdias dos homens entre os homens.

E assim sendo, Hobbes na obra referida, afirma textualmente: "Por outro lado, os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outros (e sim, pelo contrário, um enorme desprazer), quando não existe um poder capaz de manter a todos em respeito", e completa dizendo: "porque cada um pretende que o seu companheiro lhe atribua o mesmo valor que ele se atribui a si mesmo e, na presença de sinais de desprezo ou de subestimação, naturalmente se esforça, na medida em que a tal se atreva (o que, entre os que não têm um poder comum capaz de os submeter a todos, vai suficientemente longe para levá-los a destruir-se uns aos outros), por arrancar dos seus contendores a atribuição de maior valor, causando-lhes dano, e dos outros também, através do exemplo".

Ele nos informa assim que "de modo que, na natureza do homem, encontramos três causas principais de discórdia", a saber "primeiro, a competição"; e em "segundo, a desconfiança"; e em "terceiro, a glória".

E mais não disse e nem escreveu.

Enfatiza que "a primeira ( a competição) leva os homens a atacar os outros tendo em vista o lucro" sobre todos os aspectos; e afirma que "a segunda (a desconfiança)a segurança; e " a terceira ( a glória), a reputação".

De modo que Hobbes na obra já citada, afirma que: "Os primeiros ( a competição) usam a violência para se tornar senhores das pessoas, mulheres, filhos e rebanhos dos outros homens"; e em sendo assim, "os segundos (a desconfiança) para defendê-los"; enquanto, "os terceiros ( a glória) por ninharias, como uma palavra, um sorriso, uma diferença de opinião, e qualquer outro sinal de desprezo, quer seja diretamente dirigido às suas pessoas, quer indiretamente aos seus parentes, aos seus amigos, à sua nação, profissão ou nome", ressaltando que "com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens", sobre todos os aspectos naturais e sociais.

Thomas Hobbes tem razão de sobra ao afirmar que "o homem é o lobo do homem", em sua teoria.

E isto é fato, o homem só é homem se suas relações sociais e naturais forem feitas ou realizadas com outros homens e não com cabras safados ou sem prumos como biqueiras.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 12/04/2024
Reeditado em 12/04/2024
Código do texto: T8040420
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