Um quadro sem moldura

Com olhar perdido no horizonte avistava o canudo de poeira que ela ia deixando, aos poucos podia ouvir seu ronco subindo a ladeira pega a mala ajeita o chapéu levanta um das mãos sinalizando que parasse. Tudo conspirava para as lembranças e saudades de um sonho e o rompimento de uma fase que nunca mais iria se repetir. Influenciado pelo desejo de vencer, a busca de novos horizontes fizeram trincas e rachaduras nem imaginava que essas ideias poderiam mudar para sempre o destino, porém iria ficar cicatrizes e essas feridas volta meia ia sangrar tornando crônica.

Encostado no portal reveste e modela o formato junto com a pintura do velho casarão, busca rebobinar e assiste cenas de outrora ainda quanto criança acompanhava os pais naquelas manhãs de domingo depois da missa. Com nitidez os solavancos de um trole puxado por um alazão de puro sangue que trocava os passos como se estive marchando, corria ao lado o fiel companheiro com sua língua de fora. Papai datava as ordens puxando a rédeas ordenando o equino parar bem antes da velha porteira e eu corria abrisse a cancela, foi si embora o sonho dos tempos de outrora só ficando a lembrança e saudade de um lugar que só existe na minha imaginação.

Jova
Enviado por Jova em 15/04/2024
Reeditado em 15/04/2024
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