Centelha de vida!
A gente não nasce num momento único. A gente nasce aos poucos e constantemente. Num breve passar do tempo a gente se faz gente. Na eternidade, quando já éramos algo, abre-se um pequeno espaço, pequeno - o suficiente apenas para nos tornarmos alguém – ser gente! Este alguém que se faz gente e se faz presente nesta realidade visível, momentânea; tão breve, e a chamamos: Vida. Assim, tão breve quanto é o adeus, em que se abre uma janela, e por ela, levados sob as asas benevolentes da morte, voamos de volta à mesma eternidade, mas agora, e desde já, conscientes de que, ainda que em partículas de vida, a vida se reinicia em novo ciclo na ciranda da eternidade. Se sabemos o que somos, o que temos sido; quem o saberá depois de um suspiro, o breve suspiro da morte?
Rolim de Moura 17 de dez de 2018.