PAPEAR

Francisco de Paula Melo Aguiar

Papear é o mesmo que tagarelar, jogar conversa fora ou dentro, tomar ou não tomar decisão positiva ou negativa, é viajar sem sair do lugar.

Papear é inventar ou contar gíria.

É jogar ou fazer tudo sem redar uma palha!

É viajar no tempo para frente ou para trás, sonhar sem sonho ou vice-versa.

É queimar o tempo para quem tem tempo a perder, jogar conversa fora.

A política, por exemplo, vive e se alimenta de papeamento.

As estatísticas do IBGE/Brasil, apresentaram o papeamento de quase todas as necessidades da população brasileira, porém, são números sem soluções oficiais ou oficiosas, ilações das ideologias políticas ou não.

E até porque "a única alegria do rebanho é quando o lobo come a ovelha do lado", segundo nos ensina Athur Schopenhauer.

Então o Bom Pastor da Bíblia Sagrada não é apenas de ovelha, é sim, de cavalo, de burro, de cabra, de cachorro, de macaco-prego, de boi, de peixe, de cobra, de formiga, de leão, etc.

Para que servem as estatísticas sem soluções?

Sim! De botar conversa fora para implantar a dúvida ou desconfiança no outro, arranjando álibi para uma saída honrosa e levar a massa ao fundo do poço.

O bom político vive papeando a tudo e a todos, procurando e tendo "soluções" para todos os problemas, só não tem para ele, por isto é candidato em todas as eleições, seja eleito ou não, desorientado como cachorro que caiu da mudança.

O político que não sabe papear, não é político, a população, enquanto massa, adora ser enganada pelas redes sociais, pelos palanques ideologicamente montados para manipular o eleitorado, de que "fulano" é bom, enquanto, "beltrano" não é bom.

O jogo de papear é, e continua sendo a resiliência manipuladora, porque vive promessas, projetos e respostas insolúveis para tudo, parece com cachorro que cai de mudança, apesar de desnorteado, portanto, não sabe de onde veio e nem sabe para onde vai, procura dar solução a tudo, justificando o injustificável.

Ideologias de direita ou de esquerda ou de centro é papeamento.

Tanto é assim que Thomas Carlyle, pergunta: "pode haver algo mais desprezível no mundo do que a eloquência de um homem que não diz a verdade?

O que não falta na política, seja como arte e ou como ciência do bem-estar ou do bem-comum da população, é o jogo de cintura para chamar atenção e todos os holofotes da imprensa, mídias sociais, etc.

E agora com a inteligência artificial?

Que em sendo usada em qualquer ramo da atividade humana, tanto ajuda, quanto prejudica o outro, como por exemplo, o caso do Brasil ao eliminar o número da carteira de identidade e outros documentos, consolidando, portanto, tudo apenas no número do CPF do cidadão, justamente, o número usado pelos golpistas para fabricar golpes on lines ou não.

Vem corroborar com esse estado de abono ou de insegurança pública nacional o fato de que "não precisas de presentes, nem de rimas, nem flores, nem nada. Basta trazeres o que sentes...", segundo o nosso Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).

Já pensou que o pobre velho que tem apenas uma pensão ou aposentadoria de um salário mínimo, quando do nada, alguém tem acesso aos seus dados pessoais e realiza compras e ou empréstimos que ele não realizou?!...

Uma loucura. E quem fornece os dados pessoais do cidadão aos golpistas?

Enquanto isto, vamos continuar papeando, a história como ela é, para chamar atenção, apenas, porque tudo no reino dos pré-candidatos é igual no reino dos candidatos, existe a união biunívoca, porque não há separação do antes, do durante e do depois de tudo consumado, porque se trata dos mesmos indivíduos, apenas com nomes diferentes, o resto é coisa para inglês ver ou análogo a cachorro que caiu de mudança.

Estávamos papeando mesmo o que?

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 25/04/2024
Reeditado em 25/04/2024
Código do texto: T8049267
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