O QUE SE DEVE ESPERAR?

Francisco de Paula Melo Aguiar

O que se deve esperar?

Esperar o que?

Da cultura que a legislação educacional, civil ou penal, acoberta ou minimiza, por exemplo, tudo que não é proibido, é permitido.

Então, quando alguém de maior ou de menor idade, cria chacota ou bulíngue contra outro, dentro ou fora do ambiente familiar ou escolar, se não há autoridade em ambos ambientes para chamar o feito a ordem e tomar providências, o caso viralisa, e o mais fraco passa a comer o pão de o diabo amassou.

Ah! Tem o instituto do Conselho Tutelar de crianças e adolescentes.

Sim, tem, porém sem condições além da instauração de atos preparatórios para serem encaminhados à Justiça.

E nada mais, mero cabide político eleitoral, com raras exceções.

Isso não é um aforismo do passado.

Tal pai, tal filho, tal o espírito...

Isto é realidade, a cultura de zombar do outro que se retrai ou que avança tem cheio de violência, diante da vigilância familiar, escolar e social linexistente.

Tanto é assim que "todas as pessoas grandes foram um dia crianças. Mas poucas se lembram disso", conforme cita o aviador e escritor francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), em sua obra "O Pequeno Príncipe", publicado em 1943.

A escola como ambiente educacional, em tese, assiste às ocorrências, diante das falas publicadas dos atores e autores nos meios de comunicação de massa.

A Internet via as redes sociais, cenas de violências de todos os naipes exibidas nos vídeos de filmes e novelas, incentivam, fede mais não encomodam as autoridades constituídas, isto é visível, diante dos textos legais existentes.

Apesar de que os textos frios da legislação do menor ou do maior, por si só, nada resolve, falta ação e punição contra quem quer que seja.

O Brasil é um dos países do mundo que tem legislação para punir e não punir, quase tudo, porém, aqui e acolá a imprensa divulga que um menor foi vítima de outros menores e o chão escolar é o auditório, a exemplo, do fato de Praia Grande/SP, divulgado ontem no Fantástico da Globo, o que representa apenas um dentre milhões de fatos semelhantes, levando-se em conta a diversidade da população brasileira.

A família é a principal casa educacional na vida do indivíduo, quando a família falha é mais que meio caminho andado, portanto, isto compromete o trabalho quase invisível na escola, principalmente na escola pública, porém, paga por todos cidadãos.

A cultura política, educacional e familiar do imaginário popular brasileiro é que "o pau só quebra no mais fraco" ou "quem pariu mateu que balance".

Ressaltamos que "a única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível", segundo o pensamento do romancista, contista, fabulosa, poeta, desenhista, fotógrafo, matemático e reverendo anglicano britânico Lewis Carrol (1832-1898), em sua obra "Alice no País das Maravilhas".

Aí o diferente paga caro diante da omissão da lei e das autoridades formais e informais.

Infelizmente é essa a realidade.

A violência é um fenômeno presente em todas as classes sociais, ideologias e religiosidades, porém, combatê-la é obrigação dos governos: federal, estadual, municipal, familiar, escolar e das crenças, etc.

A Pedagogia da paz é possível, porém, falta sua sombra na sociedade, na família e na escola de massa que se tem.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 29/04/2024
Reeditado em 29/04/2024
Código do texto: T8052122
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