Mãos abençoadas

Na tela do tempo olha suas mão tremulas, com sucos em forma de estrias salientes e manchas escuras cobrindo a pele que já foram acariciadas por muitos. No velho quadro negro, com o atrito do velho giz fazia nascer as letras e delas frases de emoções saltitavam nos corações dos pequenos formatando-o como um olheiro faz nas suas esculturas.

Sentada no banco do jardim, ao ver as algazarras das garotadas saindo do colégio sente correr líquido quente no rosto e lentamente tira da bolsa o lenço enxuga as lágrimas suspira fundo e vai embora passou seu tempo é mais uma professora aposentada com os devaneios da profissão.

Jova
Enviado por Jova em 29/04/2024
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