Monk

O telefone tocou, do outro lado da linha, um colega disse: “assisti agora o primeiro episódio de uma série e lembrei de você”. Daí por diante conversamos sobre alguns assuntos, entre eles o seriado. Naquela época estava em exibição na Netflix. Até hoje não sei o que motivou meu colega a lembrar de mim ao assistir o seriado, mas não importa.

Foram oito temporadas no mesmo nível de excelência, sem oscilações na qualidade dos episódios.

Monk (Tony Shalhoub), era um detetive de São Francisco (EUA). Após a morte violente de sua esposa, ele ficou desorientado. Foi afastado da polícia, sendo obrigado a frequentar periodicamente o consultório de um psiquiatra. Sua reintegração à força policial dependeria do aval desse médico, juntamente com a aceitação de seu capitão na polícia.

O prefeito da cidade gostava do Monk, por isso contratou seus serviços para somente uma investigação. O desempenho foi fabuloso e essa função tornou-se oficial em São Francisco: o então “policial encostado”, tornou-se consultor da polícia, enquanto aguardava autorização para voltar como detetive.

Monk tinha uma “babá”, a mulher era uma espécie de secretária, cuidadora, confidente e amiga. Isso permaneceu em todo o seriado. A atriz que interpretava essa personagem abandonou a trama, outra foi inserida em seu lugar, dando seguimento, e tendo bom desempenho.

O diferencial da série eram as manias dele, quem viu o filme “Melhor Impossível”, com Jack Nicholson, terá noção disso.

Monk foi interpretado pelo ator Tony Shalhoub. Esse trabalho lhe rendeu várias premiações, entre elas três Prêmios Emmy (2003-2005-2006) como melhor ator principal.

Eu estou evitando inserir nesse texto detalhes sobre as manias do Monk, mas vou comentar sobre dois momentos em episódios distintos: Monk estava na cozinha de seu apartamento preparando sanduíches de pão de forma. Ele pagava uma fatia e recheava; colocava a outra por cima; cortava as cascas das fatias (as beiradas), deixando somente a parte mais macia; depois dividia o sanduíche ao meio, criando dois triângulos; empilhava num canto; se um desses triângulos ficasse maior ou menor no alinhamento da pilha, ele jogava na lixeira e fazia outro. O outro momento foi emocionante. Monk pegou um taxi. Sentado no banco traseiro, ele via os olhos da motorista (era uma mulher) pelo retrovisor e mudou de comportamento, ficou impressionado, ansioso e inquieto, sem saber o motivo. Desceu do taxi, sem querer descer. Queria dizer algo, mas não sabia o quê. Essa necessidade de reencontrar a motorista foi bem explorada no episódio. O motivo? Dessa vez vou dar o spoiler: àquela mulher, a taxista, carregava em seu corpo órgãos transplantados, retirados da falecida esposa do Monk. Lembrei agora da propaganda do Ministério da Saúde sobre doação de órgãos: o rapaz andava pela calçada, à sua direita uma janela de grades com um cachorro pequeno (Fox Paulistinha) “vendo a paisagem”; o bicho começou a latir freneticamente para o rapaz, mas ele seguiu seu caminho. O cachorro desceu da janela e deitou num sofá; olhava para uma foto na estante onde estavam ele e seu dono. Daí em diante a propaganda, de forma inteligente e sutil, revelou que o dono era morto, e o rapaz que passou pela calçada, em frente à janela da casa do falecido, levava em seu corpo algum órgão do antigo dono. Essa propaganda foi criada depois do seriado.

highlander
Enviado por highlander em 10/05/2024
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