APOCALIPSE

Das pragas, aguardo apenas a dos gafanhotos, pois, ainda que figurativamente, as outras aconteceram ou estão em marcha. Não esperava vivenciar tão árduos e complicados tempos, mas “deu zebra”. Seja como for, mantenho meu ânimo otimista, mesmo que seja fundamentalmente com vistas ao futuro dos filhos e netos. O passado foi difícil, sem os apetrechos de hoje, mas a natureza estava mais preservada, sem motivos graves para a revolta e o revide brutal. O ser humano pouco mudou em suas virtudes e acentuados defeitos. Não irá mudar tão cedo. A experiência acumula ensinamentos embora nem sempre eduque. Mas, bem ou mal, acredito no amanhã e no vigor de muitas santas almas. Há bastante trigo em meio ao joio, segundo a parábola cristã, que preconiza a separação. Tarefa, aliás, que não é simples. Parece o apocalipse, mas ainda não é. Sem a pretensão de prestigiar o humor negro, creio que muita água ainda vai correr debaixo da ponte.