CONVERSANDO SOBRE DESASTRES NATURAIS

Parece que agora o novo normal chegou em definitivo, pois para grande maioria dos brasileiros, nesse grupo incluídos nossos parlamentares de todas as esferas, esta nova realidade passou a ser evidenciado em negrito.

Interessante lembrar aquelas periódicas enchentes do vale do Itajaí, que invariavelmente deixavam um legado de prejuízos tanto em Blumenau, como em Joinville. Até ali tudo era considerado como natural.

Bom, aí veio àquela chuvarada na região serrana do estado do Rio de Janeiro, dessa vez a quantidade de vítimas extrapolou o aceitável, e a quantidade de chuva que despencou em pouco tempo deu provas para lá de satisfatórias de que algo de novo estava acontecendo, trazendo em seu bojo muitas perdas, tanto as materiais, como a de vidas humanas.

Mas não foi ainda desta vez que dos refrigerados gabinetes das autoridades conseguiram sentir o golpe. E nem se importaram muito, quando foi noticiado que os prefeitos das três principais cidades serranas fluminense aproveitaram a catástrofe, para engordarem suas contas bancárias.

Criado em 2011, o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais - Cemadem tem como contribuição social salvaguardar vidas e diminuir a vulnerabilidade social, ambiental e econômica decorrente dos significativos desastres naturais que acontecem no Brasil, provocados especialmente por inundações, enxurradas e deslizamentos. Esta é a missão da instituição nacional pioneira em monitorar e emitir alertas de riscos de desastres climáticos no país.

Por enquanto, o Cemadem que em caráter normal deveria atender ao universo dos municípios, se encontra presente em apenas 237 municípios, ou seja, uma inexpressiva parcela de menos de 5% do total de cidades brasileiras.

Essa pode ser considerada uma amostra da realidade, que bem evidencia o pouco caso dispensado ao que seriam as mínimas providências desse novo normal.

Pensando objetivamente, é nos municípios que a vida acontece, portanto de forma lógica, deverá ser sediado nesta instância o órgão que terá como meta ajustar o que a ciência propõe para solução dos problemas locais. O problema a ser resolvido trabalha com dois impeditivos de peso, o apoio político e a falta de autonomia financeira da imensa maioria de nossos municípios.

Outra dificuldade a ser enfrentada passa pela garantia de que esses órgãos tenham autonomia suficiente, ou seja, que não sofram interferência de mudanças de mandato, pois necessitam dar continuidade a processos que envolvem no curto, médio e longo prazo nas medidas para mitigação dos efeitos climáticos.

Alcides José de Carvalho Carneiro
Enviado por Alcides José de Carvalho Carneiro em 21/05/2024
Código do texto: T8068097
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