Nada Além de um Sonho

Luiz era um jovem rapaz que adorava sua vida. Adorava estar com as pessoas que gostava e amava uma linda jovem de nome Sofia.

Enamorados por muito tempo, os dois eram felizes juntos, porém Luiz não frequentava a casa de sua namorada. Não porque não queria, mas porque não podia. Todos naquela casa o conheciam e o respeitavam, menos Adalberto - o pai.

Um certo dia, já cansada de não poder ter uma convivência com seu namorado dentro de sua própria casa, Sofia o leva até lá, mesmo não sabendo que naquele momento Adalberto poderia estar em casa. Luiz tentou de todas as maneiras fazer com que Sofia desistisse da idéia de fazer com que entrasse naquela casa, uma vez que seria uma total surpresa para Adalberto vê-la com um rapaz estranho dentro de casa. Não obtendo sucesso em suas tentativas, Luiz se deixa entrar na casa de Sofia e, para a surpresa - não total - do casal, Adalberto estava em sua casa, sentado em um banco na varanda, com uma xícara de café depositado em cima da mesa. O cheiro estava bom, parecia que aquele café não saiu do bule a mais de cinco minutos.

Sofia segunrando as mãos de Luiz fez com que se adentrasse cada vez mais em sua casa. Luiz contanto, já estava com seu coração disparado, pois não sabia qual seria a reação de Adalberto ao vê-lo por ali. Chegando casa vez mais perto, Sofia se fez falar com seu pai, apresentando Luiz àquele homem de aparência robusta, com seus cabelos começando a tomar tons de cinza dos lados, mas ainda sim com um espírito jovial que poucos ainda tinham.

Adalberto depois de uma profunda analisada em Luiz não disse nada. Entrou em teu quarto e depois de alguns instantes voltou com algo maciço em mãos, algo que se parecia muito com uma arma. Na medida que Adalberto foi chegando mais perto, Luiz pode ter a certeza que aquilo era de fato um revólver calibre 38.

Ainda sem dizer nada, Adalberto aproximou-se de maneira ameaçadora de Luiz e fez com que ele se ajoelhasse, como se fosse um último ato de servidão para aquele momento. Luiz por sua vez, apesar do medo que lhe tomava, não tentou lutar contra o destino que o aguardava; sempre foi um rapaz que promovia a tolerância, a compreensão, o ato de morrer por quem amava. E sentiu que aquele era o seu momento, o momento de morrer por quem amava.

Sentindo algo parecido com um remorso por estar fazendo tão sujo ato, Adalberto num ultimo ato de piedade da alma daquele jovem rapaz de 20 anos, deu-lhe o direito de dizer suas ultimas palavras em vida. Luiz então, ainda ajoelhado, virou-se para Sofia e viu lágrimas correrem de seu rosto. Num ato de amor - o último em vida - Luiz segurou firmemente as mãos de Sofia, olhou-a nos olhos, abriu um leve sorriso e disse:

- Foi uma honra e um prazer tê-la conhecido. Foi uma honra e um prazer tê-la amado. Obrigado por também me amar.

Luiz mais uma vez sorri para Sofia. Sente que uma lágrima de seus próprios olhos molham sua face. Aperta a mão de Sofia sentindo como se fosse a ultima vez que sentiria aquela mão quente, cheia do amor que sentia segurando sua mão. Mesmo assim Luiz continua ajoelhado, segurando a mão de sua amada.

Soltando a mão de Sofia, Luiz olha uma ultima vez para seu algoz, lhe acena positivamente com a cabeça, a abaixa e espera o seu trágico porém heroico fim.

As ultima coisa que Luiz escuta é o barulho do gatilho estourando a mortal peça de chumbo destinada a acabar com sua vida, misturando com um grito de angústia de sua bela amada Sofia.

Luiz cai no chão, com sua cabela parcialmente estraçalhada. E como algo mágico, ele vê sua própria imagem, daquele corpo caído ao chão sangrando, Adalberto ja de costas para o corpo inerte, e sua amada Sofia chorando em cima de seu cadáver.

Voodevilish
Enviado por Voodevilish em 02/02/2008
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