A mulher que tenho agora.

Esta mulher que tenho agora, amadureceu em mim por muito tempo, permitiu-se formar de uma flor uma fruta madura e sumarenta, de uma miragem tornar-se realidade.Me convidou a devirginar-lhe a alma, sentaram-se juntas a minha e a dela a reconhecerem-se igualdades, negociarem adversidades.Da sua meiguice nasceu uma querência, destes olhos castanhos me lembrarei sempre a surpresa ao me ver ao seu lado pedindo um adoçante, nas banquetas de um café.Dai para a prosa animada foi apenas permitir aos segundos que antecedessem aos minutos e estes as horas e dias depois, estavamos em meu acanhado novo apartamento, nos divertindo com minha desorganização de récem mudado.A mulher que tenho agora ainda não dividiu comigo a cama, pois a usamos sempre dentro um do outro, pois temo que qualquer espaço nos separe.A mulher que tenho agora completa-me me faz inteiro, e vivemos muito e tudo, pois sabemos que este amor ... é agora.

Carlos Said

São Paulo, 12 de fevereiro de 2003

Carlos Said
Enviado por Carlos Said em 12/02/2008
Reeditado em 13/02/2008
Código do texto: T856772
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