A PERERECA

Marcelo, quando tinha seus três aninhos, era uma criança muito tímida.

Ele ganhou uma perereca de plástico, verde e molinha, e não desgrudava dela. Levava o batráquio para todo lado que ia. Ele comia e dormia agarradinho com seu bichinho de estimação.

Certa vez, o menino foi à missa com sua mãe e levou o seu brinquedo preferido.

No banco de trás estava um menino bem mais novo do que ele, que se encantou com a rãzinha.

Na hora de maior silêncio na Casa do Pai, no ato da Consagração, o garotinho jogou-a, lá na frente, e gritou:

-Olha a perereca, aí, geeeeeeeeente!!!

Toda a assembléia olhou e riu; até o padre.

O coleguinha falou alto:

-Quelo vê a peleleeeeeeeeeca!

E saiu do seu lugar, andando meio cambaleando, com suas perninhas cambotas.

Os fiéis não sabiam se riam do brinquedo, que fora parar no altar ou do bebê, que andava igual o animalzinho, pela igreja.