Como nasce a solidão

Aqui não falarei da solidão física (não ter amigos, parentes, amores, etc.), não! Este tipo de solitário que vou descrever é muito mais complicado. A solidão psicológica é extremamente problemática e controversa, cheia de polêmicas a serem ainda discutidas e pontos que já foram imensamente descritos e explicados.

Os solitários psicológicos tem amigos, familiares, e até são casados. Não lhes falta nem amor nem amizades. A solidão não é um sentimento que nasce do dia pra noite – não é como o amor, o ódio, a raiva, a compaixão, etc. – a solidão demora a crescer dentro de uma pessoa. É, em geral, plantada não por ela, mas por suas companhias.

Não quero eximir o solitário de toda culpa, mas ele não é o culpado por ter se tornado o que é. O solitário foi jogado nessa vida, empurrado, escanteado. O solitário pode ter muitos parentes, pode ter pais atenciosos, mas para quem é solitário (em geral pessoas mais sensíveis e necessitadas de atenção), os familiares, pais e amigos, desconhecem quem é aquele a quem convivem. Acontece muito da solidão nascer em famílias que cujos pais jamais tentaram entender os filhos, julgam-os por suas próprias conclusões, nunca tentando conhecê-los.

Os solitários não são incompreendidos, apenas ninguém tento-os conhecer. E não sabendo quem são – que gostos têm, como pensam, como agem – e ainda sim tratando-os como tal, isso torna a solidão ainda maior. O erro é principalmente dos pais, são os primeiros a julgar sem conhecer. Podem ser as melhores pessoas do mundo, mas quando se trata do filho (a), ou não sabem como agir, ou pensam que sabem. A segunda opção é a pior.

Os piores são aqueles que quando tentam os compreender, os entendem errado. E a partir daí cometem uma série de erros.

A culpa da continuação da solidão é inteiramente do solitário – é ele quem tem que agir, ter autoconfiança e ir a luta – mas quando se trata se como nasce a solidão, como alguém se torna solitário, esse é uma culpa que recai totalmente sobre os pais, familiares, e amigos.

A solidão não pode ser enfrentada sozinha, mas não é sozinho que ela é adquirida.

Os solitários são conhecidos pela timidez e costumes anti-sociais, traços gerais de todo que trás a solidão já enraizada no coração e na alma. Superá-la exige quando força de vontade, mas principalmente, a conversa. Por mais estranho que pareça, os solitários tem que se abrir e conversar com os pais, os amigos, a namorada. Tem que falar sobre o que sente, com o sente, e quando sente. O alívio de confessar a solidão é imenso, e é com certeza a primeira coisa que dá a força necessária a continuar a extinguir a solidão dentro de si.

Solitários, não se deprimam. É a pior que atitude que podem tomar. Por que se além de solitário, se tornar depressivo, então não tem mais volta. Sempre haverá quem se importe, e quem entenda você, SEMPRE!

E mais uma coisa: SORRIA sempre, pois o sorriso exprime a felicidade da alma.

Thiago A Almeida
Enviado por Thiago A Almeida em 20/02/2008
Código do texto: T867326
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