Infelizmente... prazer alter ego!

O mundo virtual é tão sugestivo, que de repente as palavras antes ditas somente em dia de desfile com direito à concentração, agora tem seu carnaval de significados sempre que a aparente vontade de ser o que se pensa, é conveniente. Sim, conveniente porque cada qual com sua história sabe o verdadeiro peso de ser o que a vida realiza e não aquilo imaginário que é a presunção ou pretensão do nosso ego.

Ciberneticamente podemos existir de várias formas e presenças... Criamos com a possibilidade oculta de uma palavra, a personificação do ater ego. Óbvio que não é por maldade, incompetência afetiva consigo próprio, falo entrelinhas sobre a necessidade instintiva de resumir o que queremos numa aparente verdade que é a compensação de nossas faltas.

Mas quando há a certeza de um relacionamento, a tentativa justificada de apresentar nosso ego alterado e não o Id (substrato instintivo do ser) começa a fluir desordenadamente porque as atitudes perante o maior interesse a que foi destinado tanta estratégia, perceberá os diferentes valores entre atos e pensamentos. Será fato o que antes era idéia, um tipo de idéia comercial para vender o que gostaríamos de ser ou ter sido.

Não há como subtrair as faltas da nossa personalidade, não é inteligente fantasiar o caráter com pretensionismo. Pode parecer lógico atribuir grandes intenções aos ouvidos e consciência daquele que a melhor intenção ainda é ser íntimo. Pode ser sensato, começar a agir conforme se quer em nome da mais nova razão perante o gostar... Porque é verídico que somos domas pelo instinto e por ele interagimos com o mundo interior e exterior, tendo as pessoas como escapes. Algumas desejamos muito mais que outras e por isso planejamos a melhor forma de conquistar sua atenção, seus sentimentos...

A grande verdade é que devemos ser sábios antes de ser espertos. Conhecer pessoas e se interessar por elas é uma condição humana antes de ser pura arte. Formalmente ou virtualmente, pode ser manipulado, mas pessoalmente ainda é subjugado. Por isso, ainda é importante contar um enredo real, sem purpurinas e confetes de nossas vaidades. Ser inteligente e sábio ainda exige boa dose de racionalidade, não a bebedeira de emoções sem destino que o ego ainda procura estabelecer conexão entre a gente e o mundo.

A Psicologia afirma que o ego ainda é o nosso ser intermediário entre os princípios e as conjecturas. Também exclama que o Id é a nossa natureza incondicional, permitida ser o que quiser porque somente sente... Precisamos sentir as coisas e quando acontece, esse verdadeiro ser em estado presente e latente pede ao ego para buscar...

Infelizmente, ás vezes achamos o ater ego no lugar da simples natureza humana. Enganamos ou somos enganados pelo desejo sem proporção configurada e certa daquilo tudo que podemos ser... O ater ego é como sambista em dia de carnaval, veste sua fantasia mais admirada para extravasar sem limites a loucura que é desejar ser, ansiar por ser, fingir em ser...

Daí no dia seguinte, quando caem as máscaras, a única folia que nos resta é o que somos. E somos uma identidade harmônica se nos falamos em tom da verdade, ou somos uma identidade anônima se falseamos em nome da mentira, irrealidade.

Gita Habiba

Fevereiro, 18

2008