O inverso da vida

O problema de “ser humano” sempre me chamou atenção.
Outro dia fui questionada sobre como não ser assistencialista numa sociedade culturalmente hipócrita e interessada na sua manutenção.
Como fazer para promover o crescimento pessoal das pessoas?
Vale a pena?
Naturalmente que minha resposta não foi uma receita.
Até por que não acredito nelas.
Até nas receitas gastronômicas procuro inovar.
O fato é que fomos treinados para receber e deseducados para buscar.
Acomodamos-nos com facilidade.
A manutenção do assistencialismo torna a sociedade sonsa, morna.
É o inverso da vida por que não há criatividade.
E viver é ter capacidade de inventar.
Acredito em mudanças através da educação.
A escola é o lugar chave nesse processo.
A aprendizagem acontece na resolução de problemas.
Se os problemas são resolvidos “para”, o sujeito fica excluído do processo.
Torna-se então manipulável.
Então assistimos a desastres sociais.
Sociedade pouco competitiva, povo menos culto.
Ser roubado, desrespeitado, vira rotina.
Aceitar abusos de todos os setores da sociedade também.
Altas taxas de impostos, CPIs sem respostas conclusivas, dinheiro público gasto com luxúrias, não prestação de contas, enfim...
O caos social.
Educadora que sou, ainda continuo apostando na educação como construção do conhecimento.
Precisamos formar cidadãos mais críticos, ousados.
É na escola que se aprende a democracia através da participação e inclusão dos jovens nas decisões.
É da escola que saem lideranças capazes de provocar mudanças.
É da forma como nos portamos que mostramos aos jovens o caminho.
Portanto: nada de proteção!
Vamos comprometer nossa sociedade com o processo educacional.
Vamos incluir as crianças no seu processo de aprendizagem.
Não é preciso discursar mais, chega!
Precisamos de mudanças radicais.
Vida para nossas crianças!