CHUVA SUJA

Lá pelos idos da década de oitenta, eu e uma amiga da faculdade resolvemos aprontar.

Ela estava apaixonada por um professor. Descobrira o telefone dele e queria passar um trote.

Estávamos em um orelhão_(nome do telefone público em Porto Alegre)_ que se localizava na antiga Praça do Portão. Ele ficava bem em frente a um edifício muito alto, chamado pelos porto-alegrenses  de “balança- mas- não - cai”, junto à elevada Loureiro da Silva.

Estávamos  começando nossa traquinagem, quando sentimos uma “chuva mal cheirosa” sobre nós.

Alguém despejara um recipiente com água suja por uma das janelas do edifício.

Denise Severgnini

Flagrantes da vida real - Pequenas crônicas -