Fins e começos doem.

A vida é feita de diferentes finais. Final da infância, final da adolescência, final da escola, final da faculdade, final de uma amizade, final de uma vida que nos era valiosa, final de um amor... Esses fins nos deixam sempre uma sensação de que as coisas jamais vão voltar ao seu devido lugar. Por que sempre que o fim de algo chega, percebemos o quanto éramos felizes e o tanto que será difícil juntar as forças e começar de novo. O (re)começar muitas vezes é mais difícil do que encarar o final...

Dói quando nos formamos, nunca mais vamos ter todas aquelas pessoas em nossas vidas todos os dias. Saber que apenas dois ou três ficaram dói. Mas é preciso encarar. É um fim. Mas o começar uma vida sem a faculdade dói. O que fazer agora e por onde começar são as perguntas que esse fim nos traz. Encarar a vida é difícil e começar uma nova fase sem aquilo que era tão seguro é muito confuso.

Dói muito quando morre alguém que tanto amamos. Dói. Conhecemos exatamente o que é chegar ao fim do poço. Uma dor que nos corrói por dias e meses. É um fim que não podemos evitar e que ás vezes nos pega de surpresa. E nada que possui um fim muito inesperado é bom. Mas o começar depois dessa sensação de vazio que ficou dói muito mais. É um não saber como sair daquele poço que é tão profundo. Demora tanto para conseguirmos recomeçar que inúmeras vezes começamos mesmo é desistindo.

E a dor de um fim de amor também possui uma força que nos devassa a alma. O que fazer sem aquilo que estava tão presente em nós? Como acordar e saber que é o fim? O que fazer com aquela ausência constante e o vazio que fica? Só o tempo para curar essa ferida aberta. Só conseguimos pensar em começar de novo quando ela se fecha, quando estamos curados. Mas até lá, vamos remoendo esse fim dentro de nós. Esse é um começo que demora muito, pois no início não achamos nada a altura daquele amor que tínhamos. E a comparação é inevitável. Porém, não pode haver começo se o fim ainda está tão presente. Demora.

Para todos esses fins, minha avó sempre diz que o melhor é esperar e sofrê-los. Sim, pois só os sentindo de forma completa conseguiremos permitir um começo. Penso que ela esteja certa, mas como dói...